O MPLA alega que a iniciativa dos oito deputados da CASA-CE, apoiados neste voto de protesto pela UNITA, "é um aproveitamento político" e que "o acidente mortal da cidadã Juliana Kafrique foi um acto involuntário".

"A morte da cidadã Juliana Kafrique foi um acto involuntário e a oposição quer um aproveitamento político deste caso", disse o líder parlamentar do MPLA, Américo Cuononoca, apoiado nessa posição pelo deputado da CASA-CE, Makuta Nkondo, que também se manifestou contra a iniciativa dos oito deputados independentes da coligação.

De acordo com o voto de protesto, os órgãos da Polícia Nacional não podem nem devem ser "um antro do prazer da morte, do assassinato gratuito de pessoas indefesas".

"Hoje, em tempo de paz, continuamos a morrer pelo simples facto de lutarmos contra a indigência a que temos sido votados, pela insensibilidade de quem nos desgoverna", refere o documento, salientando que 70 por cento da economia angolana é do sector informal.

Para os deputados da CASA-CE, o voto de protesto tem razão de ser, pelo facto de a cidadã Juliana Kafrique ter sido assassinada à queima-roupa, intencionalmente.

"Nós, os deputados da Assembleia Nacional, não podemos ser cúmplices do esgotamento da paciência do soberano, o povo angolano, porque a história da humanidade é fértil em exemplos das nefastas consequências que possam daí advir. Usemos o poder que nos foi conferido pelo mandato do povo, usemos os dispositivos constitucionais e legais, para pôr ordem nestes actos bárbaros", concluiu.

De recordar que a morte de Juliana Kafrique, de 29 anos, às mãos de um agente da Polícia Nacional, provocou uma onda de indignação, que resultou em confrontos com a polícia, com a destruição do edifício da administração do bairro Prenda e a vandalização de carros, incluindo os da Polícia Nacional.

Do confronto entre a população e a polícia resultou um morto e dezenas de feridos, entre polícias e civis.