A OIM alertou para a "necessidade urgente" de comida, água, saneamento e higiene, abrigos de emergência, assistência médica e transporte que permita à população alcançar os seus locais de origem.

Segundo um comunicado da OIM, a cidade de Kamako, na província congolesa de Kasai, junto à província angolana da Lunda Norte, assinalou a entrada de 200.000 cidadãos pelos postos fronteiriços de Kamako, Mayanda, Tsimbulu ou Kabungu.

"Entre os expulsos, a OIM assistiu menores não acompanhados, grávidas e mulheres lactantes que atravessaram a fronteira para a RDCongo. Estamos particularmente preocupados com o bem-estar destes grupos", afirmou Emery Kianga, integrante das operações do OIM naquele país, citado pela Lusa.

A OIM, segundo a própria, é a única organização a fornecer apoio aos congoleses afastados de Angola em Kamako.

A Operação Transparência" teve início no dia 25 de Setembro em sete províncias angolanas, a qual, segundo o Ministério das Relações Exteriores do país, visa "todos os cidadãos em situação migratória ilegal que praticam o garimpo" de diamantes.

A "Operação Transparência", que se prolongará até 2020, começou a 25 de setembro e visa pôr fim ao garimpo ilegal de diamantes nas províncias de Malanje, Lunda- Norte, Lunda-Sul, Bié, Moxico e Uíge.

A operação tem ainda como objectivo o combate à imigração e está a ser desenvolvida por efectivos da Polícia de Guarda Fronteira, de Investigação Criminal, da Migração e Estrangeiro e outros órgãos afectos ao Ministério do Interior.

Já provocou o encerramento de 67 cooperativas ilegais de diamantes, tendo sido apreendidas, até à data, 26 mil pedras preciosas nas sete províncias de Angola.

O Alto Comissariado para os Refugiados da ONU (UNHCR) alertou, em comunicado emitido a 16 deste mês, para a grave crise humanitária que a chegada de milhares de congoleses à província do Kasai, que faz fronteira com a Lunda Norte, de onde estão a sair de Angola mais pessoas em direcção à RDC por causa da "Operação Transparência", pode, em breve, gerar.

O massivo regresso de migrantes ilegais a esta província, que o UNHCR admite como sendo já superior a 200 mil, citando fontes oficiais do Governo de Kinshasa, levou esta agência das Nações Unidas a apelar aos Governos de Angola e da RDC para trabalharem em conjunto na procura de uma solução que garanta a "segurança" das pessoas envolvidas.