O líder do grupo parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, disse ser "estranho" que até ao momento não exista qualquer pronunciamento da PGR em relação ao levantamento da imunidade de alguns deputados da Assembleia Nacional.

"Não sabemos o que se está a passar concretamente e a PGR tem que ser transparente neste processo", referiu.

Por outro lado, André Mendes de Carvalho, líder do grupo parlamentar da CASA-CE, também lamentou a lentidão, salientando que "há muitos deputados com problemas sérios que já deveriam ter sido notificados pela PGR".

"Não vamos ficar calados. Alguns deputados implicados têm que ser responsabilizados, se queremos ser transparentes", acrescentou.

O presidente do PRS, Benedito Daniel, manifestou igualmente o seu descontentamento no que diz respeito à atitude da PGR.

"O Ministério Publico tem que ser um órgão sério para denunciar essas irregularidades todas. Mas não estamos a constatar esta situação no caso de Angola", criticou.

Para o presidente da FNLA, Lucas Ngonda, é necessário estar atento para ver até que ponto a PGR vai encarar seriamente este processo.

"Há muitos deputados envolvidos em actos de corrupção, é urgente a PGR notificar esses parlamentares", concluiu.

O líder do grupo parlamentar do MPLA, Américo Cononoka, defendeu que, caso surja esta questão, a primeira Comissão da Assembleia Nacional vai tratar de acordo com a lei".

A Constituição da República, no artigo 150º, estabelece que "os deputados não podem ser detidos ou presos sem autorização a conceder pela Assembleia Nacional ou, fora do período normal de funcionamento desta, pela Comissão Permanente, excepto em flagrante delito por crime doloso punível com pena de prisão superior a dois anos".

O mesmo artigo estabelece ainda que "após instauração de processo criminal contra um deputado e uma vez acusado por despacho ou pronúncia ou equivalente, salvo em flagrante delito por crime doloso punível com pena de prisão superior a dois anos, o Plenário da Assembleia Nacional deve deliberar sobre a suspensão do deputado e retirada de imunidades, para efeitos de prosseguimento do processo".