Primeiro a oposição, UNITA e CASA-CE, vieram a público mostrar o seu descontentamento pela pequena parcela do OGE dedicada aos sectores da Saúde e da Educação, mas, depois, o Presidente da República, mostrou vontade para ir de encontro ao que a oposição propunha, pedindo ao Executivo mais flexibilidade para redireccionar verbas para a área social.

Foi assim que o MPLA, logo a seguir, surgiu em público com uma proposta concreta, que é de diminuir dos 10 por cento plasmados no documento para a Sonangol reter das suas receitas para financiar a sua operacionalidade, para 7 por cento, que é o mínimo legal, desviando os 3 por cento para a Saúde e para a Educação.

Entre outras soluções preconizadas, a UNITA e a CASA-CE, os partidos da oposição mais activos nesta matéria, propõem como alternativas retirar verbas destinadas a organizações com ligações ao MPLA, uma auditoria à dívida pública que, como lembrou Adalberto da Costa Júnior, líder parlamentar do "Galo Negro", reduzir de forma significativa os encargos com a dívida, ou, como defende a CASA-CE, aproveitar o superavit do barril de petróleo, a diferença entre o orçamentado e o preço real.

O OGE 2018 foi aprovado na generalidade a 18 de Janeiro e esteve até agora em discussão na especialidade.

Neste período, por norma, são introduzidas algumas alterações pontuais, embora este ano, contrariamente ao que é norma, possam ocorrer algumas mudanças significativas de verbas entre sectores.

Tudo, devido à forma como o PR foi de encontro às exigências da oposição, como nunca aconteceu, como lembrou ao Novo Jornal Online o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, durante o consulado de José Eduardo dos Santos.

A votação está agendada para as 10:00 de hoje.