João Lourenço manifestou a sua posição depois de visitar, no sábado, dia em que os médicos realizaram uma marcha de protesto para exigir melhores condições salariais e de trabalho, bem como a colocação de 1.500 profissionais no desemprego, a Central de Compras e Aprovisionamento de Medicamentos e Meios Médicos de Angola (CECOMA) e os hospitais Geral de Luanda e Josina Machel.

No texto colocado nas redes sociais, o Chefe de Estado diz que estas visitas lhe permitiram "reforçar a ideia de que a luta por um sistema de Saúde mais humanizado é um desafio de todos, desde a família, passando por igreja, escola, universidade até ao próprio hospital".

O PR diz estar animado "depois de constatar que os profissionais desses locais de cura estão engajados em fazer dos hospitais um instrumento fundamental para o desenvolvimento do país".

De recordar que Angola necessita de pelo menos mais 30 mil médicos e de 66 mil enfermeiros para fazer face à demanda nos hospitais do país, segundo a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.

As declarações da ministra da Saúde angolana foram feitas no mesmo dia em que mais de uma centena de médicos angolanos realizaram uma marcha de protesto, em Luanda, para exigir melhores condições salariais e de trabalho, bem como a colocação de 1.500 colegas que se encontram no desemprego e contra o "silêncio" do executivo que acusam de não responder às reivindicações.

A ministra da Saúde referiu que João Lourenço ficou "preocupado" com a questão dos recursos humanos, tendo prometido dar uma atenção especial ao assunto, "mas de forma transversal para todas as classes de profissionais da saúde", sendo, paralelamente, necessário "melhorar a eficiência dos que já estão no sector" e, ao mesmo tempo, "ir admitindo mais quadros de forma gradual".

"Uma falha de um profissional de saúde pode terminar em morte. Estamos cheios de processos e de inquéritos em curso. A nossa inspecção está a desdobrar-se em esforços para dar tratamento a esses inquéritos", admitiu.