Segundo o governante, o apoio dos EUA foi transmitido pelo Departamento de Estado norte-americano, no seguimento da visita realizada na semana passada pelo Presidente da República, João Lourenço, a Nova Iorque.

"No que diz respeito ao repatriamento de capitais, as autoridades financeiras norte-americanas têm possibilidade de ajudar-nos e estão dispostas a fazê-lo", avançou Manuel Augusto, citado pelo Jornal de Angola.

O anúncio da colaboração dos EUA chega na mesma semana em que o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos alertou para a "resistência" dos bancos internacionais em abrir mão de bens ilicitamente transferidos.

De acordo com Francisco Queiroz, a cooperação internacional sobre repatriamento de capitais tem pecado pela falta de coerência das instituições financeiras "dos chamados paraísos fiscais ou mesmo das grandes capitais financeiras internacionais, cujos Governos ostentam um discurso de combate à corrupção, ao branqueamento de capitais e a outras práticas conexas, mas na prática dificultam as operações de regresso dos activos aos países de origem".

Recorde-se que a Lei de Repatriamento de Recursos Financeiros Domiciliados no Exterior do País, aprovada pela Assembleia Nacional, entrou em vigor no final do mês de Junho.

Na proposta levada à plenária pelo Executivo, e aprovada com 133 votos a favor, 65 contra oposição, e uma abstenção, os angolanos com depósitos superiores a 100 mil dólares no estrangeiro não declarados vão ter seis meses para fazer o seu repatriamento para Angola sem estarem sujeitos a qualquer investigação criminal, tributária ou cambial.