Samakuva, que falava na abertura da 4ª reunião ordinária da comissão política do partido, órgão máximo da direcção entre congressos, acusou o MPLA de ser o promotor da corrupção no País.

"A corrupção está na génese histórica, estrutural e funcional do Estado. Foi utilizada para subverter todas as etapas importantes do processo constitutivo da República e da instauração do regime democrático em Angola", declarou.

"Podemos não exigir que a eleição de João Lourenço, feita com base na corrupção institucional, seja anulada. Mas vamos exigir agora que a estrutura que promove e sustenta a corrupção institucional seja desmantelada já agora, a partir do início de 2019", frisou.

Para Samakuva, "os angolanos não podem permitir que as eleições autárquicas sejam organizadas pela estrutura que promove e sustenta a corrupção institucional".

"Fazem parte dessa estrutura os mecanismos ilegais de financiamento encapotado do MPLA, a máquina do Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado, que controla e subverte as bases de dados do famoso registo eleitoral oficioso, que nunca mais andou", acusou.

De acordo com o presidente da UNITA, a estratégia de fazer a desconcentração de serviços públicos no momento em que se deveria fazer a descentralização é um outro acto de subversão política, concebido ainda pela anterior direcção do MPLA e que visa a perpetuação do partido dos "camaradas" no poder.

O partido do "Galo Negro" reúne este fim-de-semana a sua Comissão Política para marcar a data do próximo congresso e preparar a estratégia do partido para as eleições autárquicas de 2020.

Sob o lema "Autarquias: Cidadania Igual a Rumo ao Desenvolvimento", a quarta reunião ordinária da Comissão Política, órgão máximo da direcção entre congressos, começou esta manhã, em Viana, Luanda, e prolonga-se até domingo.

Nesta reunião, presidida pelo líder do partido, Isaías Samakuva, a Comissão Política da UNITA vai também verificar o grau de funcionamento dos organismos do partido verificado nos últimos 12 meses.

O orçamento e o relatório e contas do partido fazem também parte da ordem de trabalhos, tal como a apreciação dos relatórios do IV Congresso da JURA, que decorreu de 8 a 10 de Novembro, e do grau de prontidão do partido em relação ao Processo Autárquico.