A exploração de diamantes nas Lundas Norte e Sul, levada a cabo pela UNITA durante a guerra civil, converteu-se, acreditam alguns, em contas bancárias chorudas no estrangeiro, em nome não apenas do partido, mas também dos seus militantes.

Os rumores acentuaram-se nos últimos dias, com a notícia sobre o período de graça estabelecido por João Lourenço para que os angolanos com fortunas no exterior possam repatriar os capitais e investir no país, livres de qualquer investigação judicial.

Em resposta a estas alegações, Isaías Samakuva garante que é tudo ficção.

"Não conheço nenhum rico da UNITA. Não conheço alguém que seja membro ou militante da UNITA e que seja rico", frisa o presidente do maior partido da oposição, insistindo na negação: "Não conheço".

O dirigente do "Galo Negro" proferiu essas declarações durante uma entrevista à TPA, concedida à margem da cerimónia de cumprimentos de Fim de Ano, realizada na passada sexta-feira, em Luanda.

"Nas últimas semanas circula uma mensagem no WhatsApp a falar de dezenas de milhões de Samakuva descobertos numa conta qualquer nas ilhas Caimão. São invenções. Tomara eu ter tanto dinheiro. A UNITA nunca teve dinheiro nesses bancos", asseverou Samakuva, recordando a não-relação de Jonas Savimbi com a banca.

"O Dr. Savimbi não confiava no sistema bancário. Dizia: "Sim senhor, o sistema bancário mundial é bom para um país normal, para um cidadão que está numa vida normal", contou o presidente do maior partido da oposição, na entrevista à TPA.

Segundo Samakuva, em situação de alguma liquidez, o fundador da UNITA preferia ter o dinheiro noutra parte do território que controlava do que em bancos.

"O que tínhamos em bancos era aquilo que recebíamos de uma ou de outra ajuda, mas que se utilizava imediatamente", clarificou o dirigente.