A confirmação da autenticidade das ossadas como sendo os restos mortais de Jonas Malheiro Savimbi vai ser feita em laboratórios nacionais, sul-africanos e portugueses, estando os resultados previstos num prazo de duas a três semanas.

Após esta confirmação laboratorial, terá então início o processo físico da transladação, da exumação, que consiste na retirada dos restos mortais do local onde estão provisoriamente sepultados, até a inumação, que é o momento em que esses mesmos restos mortais são sepultados no local definitivo, com a realização das respectivas cerimónias fúnebres.

Jonas Savimbi, que morreu em combate a 22 de Fevereiro de 2002, momento que marcou o início do processo que conduziu à assinatura dos acordos de paz de Luena, entre as forças militares da UNITA e do Governo (MPLA), foi sepultado no Luena, de forma considerada provisória, e, segundo informações disponibilizadas pela direcção do "Galo Negro", até Junho deste ano, estará concluído este processo.

A questão da transladação dos restos mortais de Savimbi é um dos mais antigos e complexos casos por resolver desde o fim da guerra em Angola, tendo esbarrado sempre na intransigência do Governo de Luanda, durante a vigência dos governos de José Eduardo dos Santos, tendo este posicionamento sofrido uma substancial alteração com a chegada de João Lourenço à Presidência do país e do MPLA.

A equipa multissectorial que se deslocou ao Luena tem como missão recolher amostras dos restos mortais do fundador da UNITA para que estes sejam enviados em condições técnicas suficientes para a realização dos testes laboratoriais que deverão confirmar que aqueles pertencem, sem dúvida, a Jonas Savimbi.

Neste grupo técnico, médico legista, autoridade da Saúde, elementos do departamento de Genética da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, e outros elementos ligados à ciência forense, civil e de polícia, estão ainda elementos do partido, familiares do fundador da UNITA e membros da comissão criada para acompanhar este cerimonial.

A comissão multissectorial é liderada pelo chefe da Casa Militar do PR, general Pedro Sebastião, e, pela UNITA, Ernesto Mulato, 3º vice-presidente da NA, indicado pela UNITA.

O funeral não deverá contar com honras de Estado, porque o líder à época do partido não integrava as estruturas de Governo de Angola, mas a UNITA dedicou oficialmente 2019 como o ano da Consagração de Jonas Savimbi e tem vindo a anunciar que o momento da conclusão do processo de transladação será marcado por um grande manifestação de respeito, prevendo-se que muitos milhares de pessoas se desloquem por essa altura ao Andulo.

Serão, segundo se prevê, realizadas também cerimónias partidárias na capital do país, com grande movimentação de massas.