"O caso das linhas de crédito com a República Popular da China são exemplo disso. Devo lembrar que não existem créditos de graça. Todo e qualquer crédito tem de ser pago. Como fazê-lo é onde deve haver esse cuidado para não se hipotecar o país", argumentou o porta-voz da UNITA.

Alcides Sakala, reagindo à visita do Presidente da República, João Lourenço, à França e à Bélgica, salientou que as relações entre Estados "são conjunturais e realizam-se através de acordos de cooperação e de amizade e podem ser bilaterais ou multilaterais".

Lembrou que os interesses dos Estados não são permanentes e variam em função da perspectiva dos governos que se vão revezando nos sistemas democráticos.

Segundo o deputado, o problema da corrupção, da transparência e da boa gestão dos dinheiros públicos por parte dos gestores públicos, "desencoraja e belisca de morte o ambiente de negócios que devia encorajar pessoas sérias a investir no País".

"Temos uma nova Lei do Investimento Privado aprovada, mas o mais importante é a mudança de mentalidades. Consolidou-se ao longo dos anos a mentalidade da corrupção, do compadrio, da má-fé, da gatunagem, da quadrilha e do cabritismo, consequências de sistema políticos regidos por partidos dominantes", denunciou, salientando que já não existe em Angola a ética e o respeito pelos valores e princípios.

"Enquanto não se inverter esta lógica, os potenciais investidores olharão para Angola com muita desconfiança", concluiu.