"O Presidente da Republica precisa avançar com determinação para não ser absorvido pelo forte movimento da cidadania em prol da verdadeira mudança", afirmou Isaías Samakuva.

De acordo com o presidente cessante do partido do "Galo Negro", todos sentem que no seio do partido que Governa Angola há 44 anos "há uma forte resistência à verdadeira mudança".

"Há sabotagem às iniciativas do Presidente da República, porque não há patriotismo nem coesão" no MPLA, lamentou.

"O País não anda, os preços sobem todos os dias, os trabalhadores estão a ser despedidos todos os dias, o Estado não consegue assegurar sem rupturas o essencial da prestação de serviços públicos e dos serviços sociais", acrescentou.

Face a esta situação, de acordo com Samakuva, o Pais não pode aguentar esta situação por mais tempo, porque faliu,

Samukava que considerou o ex-presidente, José Eduardo dos Santos o "arquitecto da corrupção", disse que este deixou o País com cofres vazios.

"Desde 2014 que reclamamos que nos explicassem o paradeiro dos mais de 130 milhões de dólares que, segundo os nossos cálculos, representam o valor do diferencial positivo do preço do petróleo que havia ficado por lei sob sua guarda. Até hoje, Angola não recebeu nenhuma explicação", disse.

Para Samakuva, ao que tudo indica, o novo Presidente da Republica também não terá recebido explicações detalhadas sobre a situação financeira do País. "Hoje o País esta falido. Falido financeiramente e falido moralmente", acrescentou.

"De facto, com esta situação, Angola chegou, assim, ao fim de um ciclo, o ciclo do MPLA. O País está preparado para entrar num novo ciclo, o ciclo da UNITA, que é o ciclo da consolidação da democracia e do Estado de direito para fazer renascer novas gerações", acrescento.

Para Samakuva, neste contexto, aumentam as responsabilidades da UNITA enquanto contrapoder condenada a ser o poder.

"Nenhum candidato é maior que a UNITA"

Isaías Samakuva considerou que a realização do XIII Congresso Ordinário do partido "é o momento adequado para se virar a pagina que ensombrou o passado d organização politica", e deve ser o Congresso de reconciliação interna e da reunificação do partido.

"Não só precisamos ultrapassar e deixar para trás tudo o que nos divide como também precisamos de implementar a orientação contida no pronunciamento do nosso presidente fundador", referiu Samakva na abertura do congresso.

Samakuva pediu aos delegados para fazerem uma boa escolha ao futuro presidente.

"O bom líder é humilde, os candidatos à eleição não são órgãos do partido nem são chefes dos demais membros, devem obedecer aos estatutos do partido e aos órgãos superiores da direcção. Acima de tudo é preciso recordar sempre que nenhum candidato é maior que a UNITA", notou.

Segundo o presidente cessante do partido, desde o seu nascimento, a UNITA tem-se afirmado como um partido de vocação democrática e isso confrma-se no conjunto dos seus princípios fundantes.

"O percurso da UNITA e nas condições concretas de Angola, tem provado que a pratica da democracia não nasce de aprendizagens académicas, nem mesmo de experimentalismos no exercício do poder politico", disse Samakuva, salientando que ela resulta da consciência, da vocação patriótica e da vontade politica dos seus actores.

Samakuva espera que que o Congresso venha a produzir decisões que se encaixem positivamente e qualitativamente na dinâmica que conduz à conquista do poder de Estado e com ela o renascer da esperança para milhões de angolanos.

Savimbi, o patriota maior

Para Isaías Samakuva, o dia 22 de Fevereiro é "o dia do patriota, pois foi nesta data que Jonas Savimbi tombou heroicamente em combate, nas matas do leste de Angola".

"Jonas Savimbi foi um exímio patriota revolucionário, um homem que dedicou toda a sua vida ao futuro melhor para todos os angolanos, a uma Angols livre da fome, da miséria, da doença, do analfabetismo e da corrupção que continua ainda hoje a desgraçar os angolanos", acrescentou.