As relações entre os dois países saem reforçadas deste encontro a ponto de resistir a imponderáveis futuros, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que classificou de excelente a parceria estratégica edificada nestes últimos sete meses.

À pergunta sobre as dívidas às empresas portuguesas, ambos os chefes de Estado responderam, desvalorizando as críticas que têm sido feitas sobre a questão.

"Existir dívida é normal desde que seja certificada", disse Lourenço, acrescentando que o processo está em curso, e que "à medida que se vai certificando vão sendo realizados pagamentos".

"Existe da parte de Angola a vontade firme de honrar os compromissos", garantiu o PR angolano, para dizer também que a forma de pagamento não tem sido imposta, mas proposta, caso a caso, a cada empresa".

Já Marcelo Rebelo de Sousa destacou que em sete meses é "notável" o que já se conseguiu em matéria de dívida às empresas.

"Dois terços correspondem a dívida certificada e dois terços dessa dívida certificada já estão a ser pagos", reforçou.

"Há uma fortíssima vontade de fortalecer as relações de confiança política, mas também as que envolvam os trabalhadores e as empresas dos dois países", concluiu.

Outra pergunta colocada pelos jornalistas foi a da notícia que dá conta do aumento do número de famílias angolanas a emigrar para Portugal e de que forma está Portugal disponível para recebê-las e apoiá-las.

Marcelo respondeu que Portugal tem uma visão "ecuménica" e "aberta" no que respeita às migrações, e que tal acontece independentemente de quem está no Governo.

"É como respirar o ar que respiramos. Acolhemos entre nós os irmãos angolanos como esta pátria acolhe os portugueses", afirmou.

João Lourenço, que começou por agradecer a Portugal a forma como o país acolheu os angolanos, "sobretudo durante o conflito armado", reforçou que a tendência tem sido a do regresso dos angolanos a Angola e que acredita que os números provarão que "há, neste momento, menos gente a sair do País".

"Exílio é sempre exílio. A tendência do ser humano é a de voltar à sua terra natal, nem que seja para morrer", declarou.

A última pergunta, um tema que tem sido destacado por alguma imprensa portuguesa, teve a ver com a prenda que Marcelo Rebelo de Sousa ofereceu a João Lourenço.

Lourenço sorriu, disse que o melhor presente tinha sido a presença de Marcelo, elogiando a sua forma de ser "aberta e informal", mas não respondendo à pergunta, permitindo que o Presidente português o fizesse.

Uma fotografia que retrata um momento da visita de João Lourenço a Portugal, para assinalar o passado, e um vinho do Porto com a idade do Presidente de Angola, para marcar o que está por vir, disse Rebelo de Sousa, em jeito de brinde a uma parceria estratégica, "construída todos os dias", e que resista a "imponderáveis futuros".