Na sua última avaliação, encerrada no passado dia 17 de Maio, o Comité da ONU para os Direitos da Criança, composto por peritos independentes, concluiu que Angola ainda tem muito para melhorar no capítulo da infância.

Segundo os especialistas, uma das inquietações prende-se com a prevalência de casos de desnutrição, traduzidos no atraso no crescimento das crianças até cinco anos, fenómeno que aumentou de 29% em 2015 para 38% no período 2015-2016.

Este quadro está igualmente ligado a 45% das mortes infantis em Angola, alerta o Comité.

Perante este retrato, os peritos recomendam que Angola mobilize recursos financeiros, humanos e técnicos suficientes para colocar em acção a Estratégia Nacional de Nutrição e promover uma nova política alimentar e nutricional, que dê importância primordial à nutrição materna e infantil.

Para além de chamar a atenção para os casos de desnutrição, o Comité da ONU alerta para a situação dos menores refugiados, para o trabalho infantil nas minas de diamantes e para a insuficiência dos registos de nascimento.

"Esperamos que com os novos compromissos do Estado, haja uma melhor protecção e promoção dos direitos da criança em Angola", disse Hynd Ayoubi Idrissi, uma das especialistas que integram o Comité da ONU.