Segundo Leonídio Ceitas, o fornecimento ininterrupto do precioso líquido na capital do país só deverá acontecer no primeiro trimestre de 2021.

O responsável falava à imprensa no final do encontro que decorreu ontem, 6, à porta fechada no salão nobre do Governo Provincial de Luanda (GPL), e juntou o governador Adriano Mendes de Carvalho, vice-governadores, Administradores Municipais e dos Distritos Urbanos.

No final da reunião, o gestor adiantou que essa calendarização está alinhada com a conclusão de grandes projectos, nomeadamente a construção e reabilitação de centros de tratamento e de distribuição.

"Estamos a fazer os possíveis para meter em funcionamento a Estação de Tratamento de Água do Bita e do Quilonga Grande. Enquanto a Estação de Tratamento de água destes dois pontos não estiver em funcionamento, não iremos alcançar 1 milhão de metros cúbicos de água por dia", apontou, salientando que a situação apenas será normalizada quando a produção for distribuída na totalidade.

"Aí sim, teremos água 24 sobre 24 horas. Estamos com uma tarefa de enorme dimensão, a trabalhar em colaboração com o Ministério de Energia e Águas, para que possamos dar água sem interrupção nos cidadãos", projectou o PCA.

Por enquanto, porém, a província de Luanda apresenta necessidades diárias de 1 milhão de metros cúbicos de água para uma capacidade real disponível de 500 mil metros cúbicos.

As insuficiências, aponta Leonídio Ceitas, reflectem, entre outros factores, "a falta de financiamento, agravada pelo pagamento irregular do consumo e um sistema de cobrança ineficiente".

O PCA da EPAL acrescenta também que a empresa enfrenta dificuldades de acesso a recursos financeiros externos para comprar matéria-prima.

Combate ao garimpo da água

Para além dos constrangimentos financeiros, a Empresa Pública de Águas de Luanda tem de lidar com o garimpo de água.

"Estamos a criar estratégias para estancar a vandalização dos dispositivos hidráulicos da rede de distribuição e o corte do fuso de válvulas, que dificulta a operação de fecho e abertura de água nas estações de tratamento".

Lembrando que o garimpo é uma realidade que representa "perdas consideráveis de materiais e desperdícios de água", o responsável da EPAL, defendeu que o seu combate não depende apenas da empresa.

"Devem existir Leis para punir os infractores. Estamos a envidar esforços para trabalhar arduamente com a polícia de Ordem Pública para garantir a segurança de todas as redes de distribuição", afirmou Leonídio Ceita, que informou que estão a ser instalados sensores, por uma empresa chinesa, com a capacidade de detectar acções de vandalismo em condutas de água.

Informou ainda estar já em curso a montagem de um centro de telegestão e telemetria no Kikuxi, cuja missão será a de controlar toda a infra-estrutura da EPAL, apontando como zonas mais problemáticas, no que respeita ao fornecimento de água, a do Camama, a Centralidade do Sequele e a zona dos Mártires do Kifangondo.