"Esse problema começou antes da Festa de Carnaval deste ano", conta Malvina Cabral, moradora no Condomínio Maravilha há mais de 10 anos. Com a sala, o quarto das crianças e a varanda completamente inundados, Malvina viu-se obrigada a abandonar a casa.

"Dia e noite somos obrigados a conviver com sapos, rã e cobras por causa do amontoado das águas que invadiram as nossas residências", lamenta, sublinhando que o problema se continua a arrastar, sem que se vislumbre uma solução.

"O senhor governador de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, esteve no local e constatou a realidade que estamos a viver, mas até o momento não houve nenhuma intervenção", protesta.

A situação, aponta a vizinha Fátima Mota, explica-se pela paralisação das máquinas que faziam o tratamento das águas residuais da bacia, trabalhos que a administração municipal garante terem sido retomados.

"Os moradores podem ficar descansados porque já metemos no local cisternas que estão a puxar as águas residuais que recentemente estavam a inundar as residências do Condomínio Maravilha", disse ao NJOline a administradora de Talatona, Njila de Carvalho, sublinhando que todos os esforços possíveis estão a ser feitos para resolver o problema.

Alerta de doenças

Enquanto os resultados da intervenção da administração continuam imperceptíveis, os habitantes no Condomínio temem que o amontoado de lixo e charcos de águas pútridas provoquem surtos de cólera e de malária.

"Isso é um autêntico perigo para a saúde pública", alerta a também moradora Sílvia, cansada dos sustos que tem vivido.

"Desde que começámos a viver este dilema, estamos frequentemente nos hospitais porque os nossos filhos não têm gozado de boa saúde", aponta.

A preocupação desta mãe agrava-se com a desconfiança de que a admnistração está sem recursos financeiros para resolver o assunto.

Segundo Sílvia, no passado mês de Maio uma empresa esteve no terreno a tentar retirar as águas, mas acabou por interromper os trabalhos, alegadamente por falta de pagamento.

Confrontada com esta alegação, a administradora Njila de Carvalho disse desconhecer o caso.