Pelo menos metade da população mundial não tem acesso a cuidados essenciais de Saúde, indica o relatório 'Tracking Universal Health Coverage: 2017 Global Monitoring Report', divulgado ontem, 13, em Nova Iorque, EUA.

De acordo com o documento, que avalia indicadores na área da Saúde em mais de 120 países, mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo, ou seja, 12% da população mundial, gastam menos de 10% do orçamento familiar em cuidados de Saúde.

Esses encargos são ligeiramente superiores (12%) em Angola, que surge como o país lusófono com pior taxa de cobertura dos serviços básicos de Saúde: 36%.

Quer isto dizer que apenas 36% dos angolanos têm acesso a cuidados essenciais de Saúde, valor que sobe para 42% em Moçambique, 47% em Timor-Leste, 54% em São Tomé e Príncipe, 62% em Cabo Verde, 77% no Brasil e mais de 80% em Portugal, o país lusófono com melhor resultado (acima dos 80% o relatório não especifica a percentagem).

Além da lusofonia, o relatório aponta a América Latina como a região no mundo que apresenta a menor percentagem de pessoas que gastam pelo menos 10% do orçamento familiar em assistência na área da Saúde, registo que representa 14,8% da população mundial, cerca de 88 milhões de pessoas.

O documento indica também que quase 100 milhões de pessoas no mundo resvalam para a extrema pobreza (vivem com menos de dois dólares diários), porque têm de pagar pelos cuidados de Saúde.

Ainda segundo relatório da OMS e do BM, mil milhões de pessoas não recebem tratamento para a hipertensão no mundo, mais de 200 milhões de mulheres não têm acesso ao planeamento familiar e cerca de 200 milhões de crianças não recebem todas as vacinas de que necessitariam.