Desde o início de Agosto que uma das mais graves epidemias de Ébola assola a zona Leste da RDC, nas províncias do Kivu Norte e Ituri, junto à fronteira com o Uganda e o Ruanda, área onde dezenas de grupos armados (milícias) e guerrilhas operam com violência e dificultam o combate ao vírus pelas equipas nacionais e internacionais dispostas no terreno.

Face a estas dificuldades, e com milhares de deslocados a surgirem diariamente devido à violência armada, esta epidemia, que já matou 80 pessoas em mais de 120 casos registados, tem mostrado maior resistência que a anterior, que ocorreu em Maio, em Bikoro, junto ao Congo-Brazzaville, e fez 33 mortos.

As autoridades sanitárias e as organizações da ONU no terreno admitem mesmo que esta, como o NJOnline noticiou na semana passada, possa vir a ser a mais grave epidemia de Ébola de sempre face às dificuldades extraordinárias do contexto geográfico em que se desenrola.

Face a este cenário, a OMS em Angola, segundo o responsável da OMS na Lunda Sul, Armando Aspirante, citado pela Angop, avançou com a informação de que estão a ser reforçadas as equipas de vigilância nas comunas fronteiriças, bem como o reforço em meios técnicos e humanos nas unidades hospitalares.

Sempre que existe uma ocorrência de Ébola na RDC, as autoridades angolanas reforçam as fronteiras, sendo que em alguns pontos, essa linha defensiva merece maior atenção, como é o caso das Lundas.

"Todo cuidado é pouco, daí a ser necessário agirmos rápido, face ao tráfico de pessoas e de trocas comerciais nas fronteiras de Chiluange e Cassai Sul, no município do Muconda", explicou.

O oficial de ligação da OMS na Lunda Sul apelou ainda para que as comunidades locais e os seus responsáveis tradicionais, sobas, ajudem neste esforço, informando sempre que ocorrem situações merecedoras de atenção, nomeadamente no fluxo de pessoas no espaço de fronteira comum entre Angola e a RDC.