De acordo com o responsável, várias equipas foram mobilizadas para passar a pente fino os dados sobre as importações de carne do Brasil, trabalho que arrancou quando o escândalo da carne estragada se tornou público, ou seja, no final da semana passada.

O escrutínio decorre da confirmação, pelas autoridades brasileiras, do pagamento de subornos a directores de empresas para darem aval a carnes com prazos de validade já ultrapassados, mas adulteradas. Entre as práticas, foi comprovado o uso de químicos para melhorar o aspecto das carnes, a falsificação de etiquetas com a data de validade ou a inclusão de alimentos não adequados para consumo na elaboração de enchidos.

"Estamos a aferir quais as empresas que receberam produtos do Brasil", disse Edgar Dombolo à agência Lusa, explicando que é preciso verificar se esses produtos tiveram como origem algumas das seis exportadoras brasileiras identificadas no âmbito deste processo.

"São 21 empresas que têm problemas, supostamente fraude no processamento de carnes, dessas 21, seis exportam para diferentes países, incluindo o nosso", clarificou o director dos Serviços de Veterinária de Luanda, reconhecendo a urgência em concluir a investigação para defesa dos consumidores.

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Angola está entre os grandes importadores de carnes brasileiras, nomeadamente de porco, tendo, em 2015, sido um dos cinco principais destinos.

O país está igualmente bem posicionado na lista dos importadores de carne de bovino, embora fora dos 10 primeiros, e de aves.