"Quero dinheiro, informação e especialistas para levar a cabo a jihad no Ocidente e criar um califado", escreveu o suspeito angolano num dos fóruns online extremistas rastreados pelas autoridades espanholas. Segundo a agência de notícias Europa Press, Kamal João Carlos Luzito também divulgou apelos para angariação de "meios miliares e peritos no fabrico de bombas".

As mensagens foram detectadas num grupo ligado a talibãs afegãos e a organizações terroristas do Paquistão e do Uzbequistão, respectivamente Tehrik-e Taliban Pakistan (TTP) e a Indian Mujahidin (IM).

De acordo com a acusação, o cidadão angolano activou os alertas da Guarda Civil espanhola por causa dos conteúdos radicais que partilhava no Facebook. Detido em 2014, o suspeito chegou a ser identificado como marroquino, por ter nascido em Marrocos, mas as autoridades informaram entretanto que possui nacionalidade angolana.

Para além das mensagens difundidas online, as autoridades espanholas encontraram material comprometedor no computador e telemóvel do suspeito, nomeadamente fotos e moradas e edifícios oficiais de Huelva, a cidade espanhola onde vivia.

O Ministério Público acusa Kamal João Carlos Luzito de autodoutrinamento terrorista, pedindo uma pena de quatro anos de prisão e 10 anos de inabilitação de funções educativas. Como pena alternativa, a Justiça propõe três anos de prisão pelo crime de incitamento ao terrorismo.