Em declarações à Lusa, o biólogo português e coordenador do projecto, Luís Ceríaco, explicou que o atlas foi elaborado com a colaboração do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação do Ministério do Ambiente de Angola (INBAC).

Segundo o especialista, o atlas, de mais de 500 páginas e com dados publicados desde do século XIX até agora, surge da "necessidade do conhecimento desses animais", considerando ser "uma ferramenta fundamental para a sua biodiversidade".

"Ou seja, nesse momento Angola tem neste atlas uma ferramenta que lhe permite saber quantas espécies de anfíbios e répteis existem no país e onde é que elas se distribuem", adiantou.

O também curador de répteis e anfíbios do Museu Nacional de História Natural e da Ciência de Lisboa sublinhou que o atlas, que reúne 117 anfíbios e 278 répteis, terá "relevância considerável não só para Angola, mas também para a região".

Luís Ceríaco acrescentou que o atlas é uma "ferramenta importante para estudantes, investigadores, organizações não-governamentais e Governo para que possam saber da diversidade que existe, a partir daí planear novas investigações".

"Localizar zonas pouco exploradas, com registos muito fracos, mas também pegar nesses dados para planear áreas e acções de conservação", sustentou.

O projecto de autoria dos investigadores portugueses Luís Ceríaco e Mariana Marques e dos norte-americanos Aaron Bauer e David Blackburn foi publicado pela California Academy of Sciences.