"Estamos a lidar com redes de crime organizado, que aos poucos têm vindo a destruir os elefantes africanos", lamentou Helene Crocquevieille, directora-geral dos serviços alfandegários, citada pela agência AFP.

Num balanço da operação que conduziu à maior apreensão de marfim da França na última década, a responsável adiantou que 142 quilos foram apreendidos no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, na bagagem de um homem que seguia para o Vietname oriundo de Angola.

O passageiro, detido no passado dia 1 de Junho, e cuja nacionalidade não foi revelada, foi condenado a 18 meses de prisão e ao pagamento de uma multa de 140 mil euros (cerca de 160 mil dólares), indicaram as autoridades gaulesas.

Os restantes 212 quilos foram confiscados na sequência de uma investigação desencadeada em Setembro do ano passado, após uma operação de fiscalização rodoviária, encerrada pela descoberta de quatro presas de elefante num carro.

As perícias policiais acabaram por conduzir a um empresário franco-vietnamita, especializado no comércio de produtos de perfumaria e cosmética e na venda de antiguidades. Segundo as autoridades, o negócio não passava de uma fachada para traficar marfim, que estava escondido no seu próprio escritório, em paletes de madeira.

Com esta dupla apreensão, a França reafirma o seu combate à caça furtiva de elefantes, responsável por sucessivos alertas para o crescente risco de extinção destes animais, que têm vindo a desaparecer a um ritmo de 30 mil exemplares por ano.

O problema é reconhecido pelas autoridades angolanas, que, na semana passada, encerraram as bancadas de venda de marfim no mercado de artesanato do Benfica.