O nome é técnico, Centro de Promoção do Café de Angola, mas essa é apenas a farda formal com que se veste o aromático e confortável Café de Angola, situado na Baia de Luanda e criado, há cerca de dois anos, para promover o café nacional, servindo exclusivamente café angolano.

Ali pode-se não só sentir pela primeira vez um dos cafés que já mais nome teve no mundo, iam a correr as décadas de 1960 e 1970, quando Angola estava no top 3 dos maiores exportadores de café mundiais, como chegar a algumas marcas que estão agora a iniciar a sua caminhada comercial ou porque o apreciador de uma boa e fumegante chávena de café ainda não teve oportunidade de se cruzar com ela.

O sector do café é uma das apostas nacionais para desenvolver a agricultura e é também por isso que nasceu o Centro promoção do Café de Angola, também conhecido como "Café de Angola".

Carolina Manuel, coordenadora do Café de Angola, contou a NJOnline que para além do centro de promoção existe no local um espaço que é dedicado ao consumo do café nacional que é o restaurante "Café de Angola" onde as pessoas podem saborear variados tipos de café produzido exclusivamente em Angola

"O Café de Angola, que funciona como restaurante, tem como foco principal impulsionar o consumo do café produzido no território nacional, mostrando que o café é uma bebida com personalidade, com potencial para despertar vários sentidos, com aromas únicos em que a juventude pode consumir sem nenhum tabu".

O cartão-de-visita do Café de Angola, conta Corolina Manuel, é a variedade do café nacional que chega aos clientes numa chávena cuidada, onde o café chega à mesa com o cuidado necessário para lhe revelar todo o potencial, dando a conhecer diversas marcas angolanas a que as pessoas ainda não estão habituadas.

"O nosso objectivo também é falar de café de jovens para jovens e impulsioná-los a olharem para o café como uma fonte de receita e ajudá-los para que eles mesmo apostem no agronegócio voltado ao café", disse.

Quem visita o Centro promoção do Café de Angola tem logo o contacto com a história do Café em Angola e no mundo através do contacto direito com diversas amostras de marcas de café angolano.

Um dos objectivos deste espaço é também desconstruir algumas ideias feitas, quase sempre erradas, como, por exemplo, que o café faz mal à saúde, que é, como explica Carolina Manuel, uma bebida amarga e desagradável.

Quando ali chegam, e depois de provarem as várias misturas disponíveis, quando se explica às pessoas que o café, tomado de forma natural e sem excessos, em vez de fazer mal à saúde, pode ser benéfico, assegura a responsável, as pessoas vão com outra ideia.

"Muitas pessoas, sobretudo jovens, não gostam do café por pensarem que é apenas uma bebida amarga, mas muitos saem daqui maravilhados, quando lhes provamos que estão errados e, forma pedagógica, explicamos que isso é uma lenda antiga e que o café é uma bebida que cai bem a qualquer hora do dia", explica Carolina.

Uma das missões do Café de Angola é também diluir a ideia feita de que em Angola existem apenas uma ou duas marcas de café, mas aqui ficam a saber que há várias marcas exclusivamente angolanas, embora algumas sem grande expressão, ainda, no circuito comercial.

Nesse sentido, explica ainda, o Café de Angola proporciona sessões de degustação dentro e fora do estabelecimento, "para mostrar e atrair as pessoas a olharem para o nosso café como sendo um café de qualidade. E conhecer mais o café produzido em Angola, porque Angola já foi um País conhecido internacionalmente como sendo produtor de café de qualidade e nós queremos resgatar justamente isso".

Mas o Centro de Promoção do Café de Angola é também um espaço onde se geram negócios, onde se facilita o acesso a informação para aqueles que querem ou estão a pensar investir no sector do café, abrindo portas e fornecendo contactos.

"Nós facilitamos o processo a todos os interessados, inclusive colocando-os em contacto direito com grandes e pequenos agricultores de café", aponta Carolina Manuel, acrescentando que o Centro de promoção do Café de Angola não comercializa marcas de café mas promove as pequenas marcas de café feito localmente.

Carolina Manuel disse ainda, em tom de lamento, que o Centro de promoção do Café de Angola tem ido ao encontro das marcas quando devia ser ao contrário.

"Pelo trabalho que estamos a fazer seria natural que as marcas viessem ao nosso encontro, porque nós assumimos um compromisso com o café nacional", diz.

Actualmente o Centro promoção do Café de Angola tem uma parceria oficial com a Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto, onde apresentam os produtos em todas as actividades que se realizam naquela instituição. A ideia é oferecer aos participantes uma chávena de café nacional.

O Centro promoção do Café de Angola foi criado em Novembro de 2016 e funciona somente em Luanda, mas, segundo Carolina Manuel, existe a pretensão de se estender a nível nacional.