"Vamos reunir essa tarde para, juntos, encontrarmos soluções precisas que visam impedir que a greve aconteça no CFL, e tudo indica que chegaremos a um consenso e que a greve não sairá", disse ao NJOnline um alto dirigente dos Caminhos de Ferro de Luanda que não quis ser identificado.

A fonte deixou claro que não será possível satisfazer tudo o que está espelhado no caderno de reivindicações, sobretudo o aumento salarial na ordem dos 80%, que é o ponto-chave das preocupações levantado pelo sindicato.

"Atendendo à conjuntura económica do País, nenhuma empresa está capacitada para efectuar um aumento nessa percentagem", contou.

Em declarações à imprensa, esta terça-feira, o secretário para os assuntos jurídicos do SINFA, Dias Kinkela, disse que a decisão da paralisação dos trabalhos foi aprovada em assembleia de trabalhadores, mas deixou em aberto a possibilidade de continuar o diálogo com a entidade patronal.

"Se até aí (antes da greve), as autoridades não se pronunciarem, a greve será uma realidade a partir do dia 14 de Janeiro, porque os trabalhadores assim decidiram, em maioria, durante esta assembleia-geral", disse.

Segundo o responsável sindical, a greve prevê "serviços mínimos" com o funcionamento diário de "apenas dois comboios", contra os 17 que circulam diariamente.

De recordar que em Março de 2012 cerca de 400 trabalhadores do CFL paralisaram, por mais de oito dias, os trabalhos , por não terem conseguido um acordo com a Direcção da empresa.

Os operários do CFL exigiam o pagamento do reajuste dos seus salários em mais de 100 por cento, seguro de saúde, a funcionalidade do posto médico, melhores condições de trabalho, subsídios de percurso dos cobradores de bilhetes e de funeral dos trabalhadores e familiares.