Segundo apurou o Novo Jornal no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, as centenas de pessoas que hoje chegaram nos dois voos da TAAG com origem em Portugal, opuseram-se à ida para quarentena obrigatória depois de alguns dirigentes e figuras conhecidas da sociedade angolana terem sido alvo de tratamento privilegiado.

Depois de deixarem o aeroporto, entre estes estavam familiares de ministros ou, entre outros, o político Abel Chivukuvuku, os restantes passageiros, cerca de 250, revoltaram-se e recusaram seguir para a quarentena obrigatória, acabando por ser "libertados" ao final da manhã sem quaisquer restrições.

Perante este problema, os ministros da Saúde, dos Transportes, Ricardo de Abreu, do Interior, Eugénio Laborinho, e Pedro Sebastião, ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do PR, deslocaram-se ao aeroporto para decidir qual a solução para o problema, tendo concluído pela desistência da imposição da quarentena, soube o Novo Jornal, devido às excepções que já tinham sido aberta.

Também Face a este caos observado hoje, a Comissão Interministerial para a Resposta à Pandemia do Coronavírus, liderada pela ministra da Saúde, esteve a analisar, desde manhã cedo, a suspensão de voos entre Angola e Portugal. O Novo Jornal aguarda detalhes sobre esta reunião.

Portugal foi um dos três países europeus que entraram na terça-feira para a lista de quarentena obrigatória para todos os passageiros que cheguem a Luanda a partir de hoje, quarta-feira, 18, mas a chegada de dois voos quase em simultâneo, das cidades do Porto e de Lisboa, gerou uma enorme confusão, como o Novo Jornal acompanhou no local.

Segundo foi possível observar no Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, logo nas primeiras horas do dia de hoje, centenas de passageiros estavam a recusar seguir para quarentena, como, de resto, vários vídeos espalhados pelas redes sociais confirmavam.

Um dos passageiros provenientes de Lisboa foi o político Abel Chivukuvuku, que conseguiu deixar o aeroporto através de uma autorização especial, privilégio igualmente concedido a outros altos funcionários do Governo, soube o Novo Jornal no local.

Em declarações ao Novo Jornal, Chivukuvuku lamentou a forma "desorganizada" como o Governo está a lidar com esta situação, porque as pessoas que estão a chegar hoje a Luanda O Novo Jornal soube ainda que os passageiros dos dois voos, de LIsboa e Porto, foram colocados numa sala única enquanto aguardam que seja encontrada uma solução ao abrigo das actuais disposições anunciadas pela Comissão Interministerial para a Resposta à Pandemia do Coronavírus liderada pela Ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.

Portugal, Espanha e França entram na lista de países com entrada restrita em Angola devido ao coronavírus Covid-19, tendo o Ministério da Saúde decretado a quarentena obrigatória, de, no mínimo, 14 dias, para cidadãos nacionais ou residentes estrangeiros que tenham estado nestes países.

Esta é uma das medidas decididas pela Comissão Interministerial para a Resposta à Pandemia do Coronavírus, que se reuniu hoje em para avaliar as medidas de Prevenção e o Plano Nacional de Contingência para o controlo da Pandemia COVID-19.

Os voos provenientes de Portugal, dois diariamente, não estão proibidos a partir de Portugal, porque, como revelou o primeiro-ministro português, António Costa, nas últimas horas, no âmbito das medidas locais de contenção da pandemia, os PALOP estão entre os países excepção no que toca a ligações aéreas.

O cancelamento destes voos por decisão das autoridades angolanas, apesar de estar já a ser anunciado em alguns media, ao Novo Jornal, o porta-voz da TAAG disse apenas que esse assunto está a ser analisado esta manhã.