"O processo de incorporação na Polícia Nacional (PN) de ex-militares das Forças Armadas Angolanas (FAA), licenciados à reserva, encontra-se suspenso devido à pandemia do novo coronavírus", disse o superintendente Gaspar Vicente, chefe de Departamento de Apoio Técnico da Direcção de Pessoal e Quadros da Polícia Nacional.

O reinício do processo está condicionado pelo evoluir da situação da Covid-19, mas tão logo estejam ultrapassadas essas questões, será retomado, para a sua conclusão, disse o oficial na sexta-feira, quando este anúncio foi feito.

Segundo Gaspar Vicente, em Novembro do ano passado terminou a primeira fase da quarta etapa do processo, que teve um total de três mil ex-militares apurados que, nesta altura, estão em formação nos estabelecimentos de ensino da corporação.

"Em Março do corrente ano, arrancou a segunda etapa, que visa a selecção de mais três mil tropas, cujo processo iniciou com os candidatos da Marinha de Guerra Angolana", disse.

O chefe da Direcção de Pessoal e Quadros pediu aos ex-militares, licenciados à reserva e candidatos a uma vaga na Polícia Nacional, a não adoptar comportamentos de desordem pública porque isso poderá comprometer o seu ingresso.

"Os que estão abrangidos neste processo não devem deixar-se convencer por falsas informações divulgadas nas redes sociais, visto que, qualquer comunicação em torno do mesmo, será oportunamente feita por intermédio dos órgãos competentes, designadamente a Direcção de Pessoal e Quadros da PNA e do Estado Maior General das FAA", referiu.

No ano passado, os ex-militares, que desde 2014 foram desmobilizados das FAA, fizeram duas manifestações em Luanda para reclamar a entrada na Polícia Nacional, tendo um outro protesto ocorrido na província do Huambo, com o mesmo propósito.

Já em Janeiro último, o Comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, apelou aos antigos combatentes para deixarem de se manifestar, considerando este comportamento negativo para a entrada naquela força.

Em Setembro de 2019, a polícia Nacional anunciou a admissão de 6.000 ex-militares desmobilizados das Forças Armadas Angolanas (FAA), num processo em que a PN diz já ter seleccionado metade deste número.

O director nacional de Recursos Humanos da PN, José Moniz, disse. na ocasião, que a modalidade de recrutamento de ex-militares das FAA para o quadro da PN "não é linear", cumpre vários requisitos e decorre a "nível central e nas regiões militares" do País.

O processo de recrutamento de ex-militares para o ingresso na PN é liderado por uma comissão integrada por membros da Direcção Principal de Pessoal e Quadros do Estado Maior General das FAA e do Comando Geral da Polícia Nacional chefiada pela sua Inspecção Geral e integra os comandantes das regiões militares coadjuvados pelos comandantes provinciais da polícia.

De recordar que a Polícia Nacional angolana, está a comemorar hoje, segunda-feira, 22, o seu 41º aniversário.

O Ministro do Interior, Eugénio César Laborinho, depositou, no cemitério do Alto das Cruzes, uma coroa de flores em homenagem aos efectivos tombados pela pátria.