Falando aos jornalistas na passada sexta-feira, 14, no final da sessão parlamentar que aprovou o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2019, a ministra da Saúde adiantou que a criança contaminada com o vírus do HIV no Hospital Maria Pia está a receber cuidados médicos na África do Sul.

Segundo Sílvia Lutucuta, os testes efectuados à menina continuam a apresentar resultados negativos para o HIV/Sida.

"Por enquanto, os resultados são negativos. Acreditamos que, com as medidas que foram tomadas, atempadamente, tenhamos bons resultados", disse a governante.

A responsável reconheceu ainda que "houve negligência grosseira" no caso e lembrou que "estão a ser tomadas medidas junto dos órgãos judiciais competentes", para fazer face a esta "situação grave".

O caso remonta ao passado dia 10 de Outubro, quando a criança deu entrada no Hospital Maria Pia.

"Trazida pelos pais, segundo a história clínica, a criança referiu dor de dentes há mais ou menos três dias, inflamação na bochecha, feridas na boca e dificuldades ao engolir", referiu o Ministério da Saúde, numa nota divulgada já em Novembro, quando o caso se tornou público.

Nesse comunicado, a instituição tutelada por Sílvia Lutucuta acrescentava que a partir de exames complementares hematológicos a menor foi diagnosticada com uma anemia.

"Naquela unidade hospitalar procedeu-se a uma intervenção cirúrgica, drenagem e antibioterapia", adiantava o MINSA.

Após a cirurgia, já no dia 17 de Outubro, "foi efectuada uma hemo transfusão, tendo sido constatado provável contaminação do sangue do doador pelo vírus da imunodeciência humana", lê-se no documento.

Perante esta situação, a ministra da Saúde recomendou o seguimento do caso, em regime de internamento no Hospital Pediátrico de Luanda, "para cumprimento rigoroso da terapêutica", iniciada antes das 24h pós-exposição, "conforme protocolo de prolaxia".

Na mensagem, o MINSA sublinhava que está provado cientificamente que 90% dos casos expostos ao vírus não contraem a doença.