A informação foi transmitida aos deputados afectos à 6.ª Comissão de Trabalho Especializada da Assembleia Nacional, pelo administrador do Centro de Leprosaria da Funda, Joaquim Santana, no âmbito de uma visita efectuada no último sábado, 7, pelos parlamentares.

A unidade sanitária com capacidade para albergar cerca de 100 pacientes, possui 43 utentes com lepra em tratamento, embora também assista doentes com tuberculose, num total de 39 casos.

"Apesar dos esforços envidados pelas autoridades de saúde nacionais, no sentido de eliminar a Lepra, o país continua a registar o aumento de casos da doença", disse Joaquim Santana, apelando às instituições públicas e privadas a apoiarem o centro, de modo a colmatar muitas das dificuldades enfrentadas diariamente.

O vice-presidente da 6.ª Comissão de Trabalho Especializada da Assembleia Nacional, deputado Pereira Alfredo, referiu que a visita serviu para identificar os reais problemas com que se debate a leprosaria e levá-los ao conhecimento das instâncias competentes, visando a melhoria do desempenho daquela unidade sanitária.

"Encontrámos situações que merecem alguma atenção porque ainda continuam a ser notificados muitos casos de lepra. Esta unidade sanitária está também a atender outras enfermidades. No entanto, o centro debate-se com a falta de medicamentos, alimentação e material gastável, o que tem criado dificuldades no seu normal funcionamento", reconheceu.

Segundo dados consultados pelo NJOnline, a partir do ano de 2016, as autoridades de saúde diagnosticaram a prevalência de cerca de 2,5 casos por 10 mil habitantes, um número considerado elevado, fase os objectivos traçados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) até 2020.

De acordo com a OMS, a meta de eliminação da lepra é de um doente por 10 mil habitantes.

No princípio deste ano, o Governo intensificou as campanhas de detecção precoce de doentes com lepra, para diminuir os índices de sequelas irreversíveis aos infectados pela enfermidade.

Segundo as autoridades sanitárias, as províncias de Luanda, Huambo, Benguela, Huíla, Kuando Kubango e Cabinda são regiões do país com bolsas consideráveis de lepra.

Dados fornecidos pelo Programa Nacional de Controlo da Lepra no mês de Janeiro deste ano, referem que o país tem 937 doentes em tratamento, dos quais 463 casos novos da doença.

Em função das estatísticas, o país está com uma taxa de prevalência de 0,34 por 10 mil habitantes e uma de detecção de 1,66 por cada 100 mil pessoas, além de apresentar uma taxa de deformidade de 3,01 por cada um milhão de habitantes.