Os moradores dizem que foram enganados porque algumas das habitações que lhes estavam destinadas estão a ser entregues a moradores que não estão cadastrados para receberem as casas enquanto eles continuam a viver em casas provisórias de chapa.

"Estamos a viver em péssimas condições porque fomos enganados pelo governo da província", disse ao NJOnline Ana José, uma das residentes que se juntou à manifestação desta manhã na baixa de Luanda.

"Prometeram boas habitações mas encontramos outra realidade. Só queremos que o senhor governador olhe para nossa situação", lamentou, acrescentando que que a promessa de realojamento é antiga.

Para Gustavo de Lima, outro morador da zona do Zango 1, a manifestação vai surgir dia pós dia caso o governo da província de Luanda não encontrar uma solução para todos os desalojados.

"Se está semana terminar sem nos darem uma solução, vamos regressar em massa para manifestar o dia completo na porta do GPL", afirmou, apelando aos responsáveis pela entrega das residências "para agilizarem a situação dos desalojados".

"O governo pode nos dar casas inacabadas, nós vamos receber e vamos acabar a construção com nossos meios", disse.

A falta de água e de outros serviços básicos aumentam o desespero dos moradores que pedem a máxima atenção do governador.

"Estamos fartos de viver como se fossemos lixo. Estamos há dez anos a fazer as necessidades nos sacos, as crianças estão sempre a adoecer por causa das péssimas condições de vida que vivemos todos os dias nas casas de chapa" lamentou Júlia de Abreu.

"Isso que tem causado várias doenças e mortes na nossa zona, sobretudo a crianças porque muita delas brincam nas lixeiras", para onde são atiradas as fezes, explicou.

Perante este cenário o NJOnline procurou ouvir, sem sucesso, o GPL.