Carlos Alberto foi durante dois anos director do gabinete de comunicação institucional e imprensa do Comando Provincial da Huíla da Polícia Nacional (PN) e foi exonerado por via telefónica na sequência da polémica que envolve um magistrado do Ministério Público (MP) e duas cidadãs que entraram numa peixaria, propriedade do 2º subprocurador-geral da Republica.

Orlando Bernardo foi confrontado com esta contenda pelo NJOnline no final do primeiro encontro de comunicação que decorreu esta semana e teve como objectivo capacitar os directores dos órgãos centrais e provinciais de comunicação institucional sobre a necessidade de "ostentar uma comunicação corporativa, sistemática e integrada em conformidade para melhoria da imagem e comunicação da Polícia Nacional".

"Eu não sabia o que se passou, porque na data dos factos não me encontrava em Angola", disse o responsável em declarações ao NJOnline, acrescentando que a pessoa ideal para falar sobre este caso é o comandante provincial da Huíla, comissário Arnaldo Manuel Carlos.

"O comandante Arnaldo é a pessoa ideal para falar sobre este assunto, muito sinceramente não domino este dossier que envolve o Carlos Alberto e o magistrado do Ministério Público", garantiu, salientando que qualquer coisa que dissesse sobre esta questão seria pura especulação.

Já o superintendente-chefe Carlos Alberto, contactado pelo NJOnline, garantiu que enviou todo o processo para a sua direcção.

"Tudo o que aconteceu comigo está na posse da minha direcção. Eu simplesmente estava no exercício da minha função, hoje estou a ser visto como criminoso", lamenta, acrescentando que simplesmente falou à imprensa porque os órgãos de comunicação social queriam um esclarecimento da Polícia Nacional sobre a controvérsia entre as zungueiras e o 2º subprocurador Hernâni Beira Grande.

O oficial fez ainda saber que está há sete meses afastado sem exercer quaisquer funções no Comando Provincial da Huíla da Polícia Nacional.

"Tudo o que passei naquela entrevista foi escrito na ocorrência policial naquele dia... não entendo o porquê de passar por esta situação se não inventei nada que pudesse prejudicar a imagem do procurador", questiona.

Perante este cenário, o NJOnline contactou o Comandante Provincial da Huíla, comissário Arnaldo Manuel Carlos, que afirmou que existe um processo-crime a decorrer no Tribunal Militar contra o superintendente-chefe Carlos Alberto.

"O magistrado fez a queixa, o superintendente-chefe Carlos Alberto foi afastado das suas funções até o tribunal dar o veredicto sobre o processo que pesa sobre ele", disse.

Questionado sobre os sete meses de paralisação laboral que o superintendente-chefe Carlos Alberto está a enfrentar, o comissário respondeu que existem questões que devem ser tratadas internamente no seio da corporação.

"Ele não foi excluso do trabalho, é preciso ter ponderação do que estamos a dizer por aí. Existem outros afazeres na unidade para o Carlos, e existem assuntos que não podem ser avançados", atestou.