Para além dos dois anos de cadeia, a sentença proíbe Carlos Luzito de exercer qualquer actividade educativa durante nove anos, e impõe cinco anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena de prisão.

Segundo a agência de notícias Efe, a Justiça espanhola considerou provado o crime de incitamento ao terrorismo, deixando cair o de autodoutrinamento terrorista.

De acordo com a acusação, o cidadão angolano activou os alertas da Guarda Civil espanhola por causa dos conteúdos radicais que partilhava no Facebook.

"Quero dinheiro, informação e especialistas para levar a cabo a jihad no Ocidente e criar um califado", escreveu o suspeito num dos fóruns online extremistas rastreados pelas autoridades espanholas. Segundo a agência de notícias Europa Press, Kamal João Carlos Luzito também divulgou apelos para angariação de "meios miliares e peritos no fabrico de bombas".

As mensagens foram detectadas num grupo ligado a talibãs afegãos e a organizações terroristas do Paquistão e do Uzbequistão, respectivamente Tehrik-e Taliban Pakistan (TTP) e a Indian Mujahidin (IM).

Detido em 2014, o suspeito chegou a ser identificado como marroquino, por ter nascido em Marrocos, mas as autoridades informaram entretanto que possui nacionalidade angolana.

Para além das mensagens difundidas online, as autoridades espanholas encontraram material comprometedor no computador e telemóvel do suspeito, nomeadamente fotos e moradas e edifícios oficiais de Huelva, a cidade espanhola onde vivia.