Salários em atraso, cortes no acesso aos serviços de saúde aos funcionários são apenas alguns dos «estragos» provocados pelas elevadas dívidas, que aumentam todos os dias, "não por novos créditos ou serviços que a Administração esteja a contratar, mas pela descoberta de pagamentos eventualmente em falta", observa o documento.

A nota publicada na edição de quinta-feira, 17, do matutino estatal sublinha que não são apenas os mais de 10 mil milhões de kwanzas que estão nos registos de dívidas da empresa. Há outros "valores em dólares e euros" não especificados.

O balanço da empresa dos primeiros seis meses de gestão do novo Conselho de Administração, que tem à testa Victor Silva, observa que as dívidas se devem, essencialmente, a "incumprimentos das obrigações fiscais para com o Estado, em sede de Imposto de Rendimento de Trabalho (IRT), da Segurança Social (INSS) ou junto do Banco BCI, além de outros credores internos e externos".

"Além de cofres vazios, a nova Administração confrontou-se com o facto, grave, de não encontrar qualquer relatório de actividade e do fecho de contas relativo ao ano de 2017 - nem um único mês sequer -, apesar de constar nos arquivos a existência de um contrato de prestação de serviços para esse efeito, até Junho/Julho, com uma empresa externa!", conclui o documento.

Em reacção, José Ribeiro, ex-PCA da Edições Novembro, considerou a informação "feita à boa maneira futebolística, sem qualquer rigor factual".

"Visa [a informação] atirar para a anterior gestão, dirigida por mim, as actuais dificuldades e desorientação que se notam na condução da empresa, tendo em vista a privatização e destruição deste serviço público de comunicação social", atirou José Ribeiro, na sua página do Facebook.