Na Vila Clotilde, na Ingombota, no Catambor, no Cassequel, na Maianga ou na Mutamba sucedem-se as filas de pessoas que dão entrada de novas solicitações para a obtenção de passaporte.

Entre estes, alguns, poucos, cidadãos que aguardam o passaporte cujo pedido foi feito em Janeiro ou Fevereiro, fazendo com que o tempo médio de espera se prolongue para quatro a cinco meses.

Francisco da Nóbrega, funcionário público, contou que está desde Março último à espera da segunda via do passaporte.

"Apenas aqueles que trataram o ano passado e princípio desde ano estão a receber, mas nós, que tratamos em Março, até aqui não recebemos os passaportes. Não sei qual a razão", disse.

Esmeralda Domingos pretende sair de férias, em Agosto, e deu entrada dos pedidos, dela e da filha, em Abril último, e está a ver que corre o risco de não poder embarcar em Agosto, para quando tem marcadas férias em Portugal.

N"simba Kiala, estudante, fez a segunda solicitação do passaporte em Março, porque a primeira não lhe foi dado por alegado extravio do processo o ano passado.

"Como é possível alguém que tratou do seu passaporte em Outubro de 2017 e não o tenha recebido até agora", diz, referindo-se ao seu próprio caso.

Um funcionário, que preferiu não ser identificado, contou que o SME apenas está a realizar emissões de passaportes em casos de pedidos especiais, ou seja, apenas para aqueles cidadãos que pretendem deslocar-se para o exterior em tratamento médico ou em formação académica, entre alguns, poucos, exemplos específicos.

O NJOnline efectuou vários contactos junto do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Serviços de Migração e Estrangeiros (SME), no sentido de obter um esclarecimento sobre as causas para estes atrasos mas não obteve resposta devido a uma alegada falta de autorização superior.