O posicionamento foi expresso em conferência de imprensa pelo secretário-geral do Sinpes, Eduardo Peres Alberto, informando que na mesma situação também se encontram os funcionários não docentes das instituições do ensino superior públicas do país, falando mesmo em violação dos direitos dos trabalhadores.

"Decidimos apresentar uma denúncia contra o Ministério das Finanças pela violação dos direitos dos trabalhadores docentes e não docentes, pelos recorrentes atrasos salariais (Julho e Agosto) e corte geral de subsídios desde 2011", disse.

Segundo o sindicalista, são inúmeras as injustiças por que passam os docentes e demais funcionários do Ensino Superior em Angola, entre elas o não pagamento de salários ao pessoal promovido nos concursos públicos de 2012 e 2013.

"Não pagamento de salários aos professores que trabalharam na abertura da Escola Superior Pedagógica do Bengo durante dois anos, suspensão da promoção de categoria de docentes que já concluíram o mestrado e doutoramento, violando o estatuto da carreira docente", enumerou ainda.

O sindicalista denunciou também que muitos docentes do Ensino Superior se encontram em condições socioeconómicas "miseráveis", pelo que "exigem" ao novo Governo que sair das eleições de 23 de Agosto, melhor dignidade.

"Residências condignas, em condomínios específicos, seguro de saúde para assistência médica, medicamentosa e hospitalar, créditos subvencionados para aquisição de meios de transportes pessoais", pediu.

Aprovação pelo Conselho de Ministros do Estatuto da Carreira Docente e Remuneratório do Ensino Superior, assim como as normas curriculares gerais são outras das exigências feitas pelo Sinpes ao próximo Governo.

Em conferência de imprensa, Eduardo Peres Alberto não descartou a possibilidade uma greve, caso as preocupações apresentadas não forem atendidas prontamente pelas autoridades.

"De facto não descartamos uma greve para o próximo mês de Outubro, porque o que nós queremos é ver todas as nossas reivindicações, que têm respaldo legal, resolvidas na medida em que os docentes estão cansados pela arbitrariedade que são retirados os subsídios e como temos sido tratados. A greve de 2013 foi interpolada, mas desta vez garantimos que não será", concluiu.