Os primeiros casos desta epidemia foram declarados a 22 de Agosto mas, com o avolumar de casos confirmados e suspeitos, as autoridades da República do Congo e a OMS decidiram realizar uma campanha de vacinação alargada para debelar a doença, abrangendo mais de 1 200 profissionais de saúde, que decorreu de 26 de Setembro a 01 de Outubro.

Angola viveu, em conjunto com a República Democrática do Congo (RDC), uma grave epidemia de febre-amarela entre 2016 e 2017, com mais de 400 mortos confirmados e milhares de contaminações que a OMS considerou ter sido uma das mais complexas para controlar devido à dispersão por dois países e em duas cidades sobrepovoadas, como são Luanda e Kinshasa.

Segundo informações da OMS, a campanha de vacinação decorreu conforme previsto, embora com as naturais resistências culturais entre as populações menos informadas, onde a vacina foi recusada por se suspeitar de que conteria elementos nocivos para a saúde.

Para ultrapassar este problema, os responsáveis locais, tanto do poder local como da área da saúde, deram o exemplo e aceitaram ser vacinados perante as populações como forma de esbater os receios de "envenenamento"

Segundo o Ministério da Saúde congolês, o paciente zero desta epidemia foi detectado na área de Ngoyo, município de Tchiamba, e, depois de ter levantado suspeitas dos profissionais do centro de saúde local, uma amostra de sangue enviada para o laboratório, resultando na confirmação oficial da doença, o que levou ao lançar de um alerta internacional e convocada, como definem as normas internacionais, a OMS para acompanhar a situação.

Face a esta primeira confirmação, os testes foram alargados a 16 postos de saúde.

A zona de Ponta Negra regista actualmente o maior número de casos suspeitos, mais de 180, especialmente nas áreas do porto marítima da capital económica do Congo-Brazzaville, e nas imediações do aeroporto, o que resulta num acrescido risco de dispersão do vírus, acrescido do facto de a cidade ser habitada por mais de um milhão de pessoas.

O alerta internacional, como é norma para estes casos foi feito e os países vizinhos, como Angola e a RDC, especialmente, devem redobrar a vigilância tanto nas fronteiras como nos postos de saúde mais próximos da zona da epidemia como forma de controlo para uma qualquer eventualidade.

No entanto, como sublinha a OMS, os riscos de regresso de uma epidemia são relativamente limitados porque uma grande parte da população angolana foi vacinada no decurso da epidemia de 2016/17.