A situação foi confirmada pelo governador de Luanda, Sérgio Luther Rescova, que efectuou uma visita de trabalho ao local e pediu responsabilidades.

"Não se justifica o dinheiro que o Estado disponibilizou para a reabilitação da escola, uma vez que não se fez absolutamente nada, prejudicando-se a população", disse o governador, visivelmente insatisfeito.

Sérgio Luther Rescova orientou o administrador municipal do Cazenga, Albino da Conceição, para que forneça ao seu gabinete todos os documentos necessários para que sejam apuradas as responsabilidades daquilo que presenciou.

"O nosso objectivo não é perseguir as pessoas, mas queremos ver isto a funcionar e a responsabilidade está nas nossas mãos", salientou o número um da capital, que quer ver a obra a iniciar-se no mês de Maio, para que em Janeiro de 2020 possa receber alunos.

Já o administrador municipal do Cazenga, Albino da Conceição, disse aos jornalistas que a escola "Angola e Cuba" não corre o risco de desabamento e que a mesma será reabilitada.

Albino da Conceição reconheceu que, de facto, não começaram as obras e que tal não se justifica pois as verbas foram disponibilizadas ao empreiteiro.

"Não se justificam os valores pagos, o que está aqui feito não corresponde aos mais de 40 milhões de kwanzas", disse.

Albino da Conceição afirmou que vai trabalhar com o gabinete de estudos do Governo Provincial de Luanda e da Administração Municipal para que no período de 15 dias se encontre uma forma de saída para o arranque da obra.

Na perspectiva da empresa responsável pela empreitada, a "Gedave", a obra estava avaliada em mais de 142 milhões de kwanzas, para a sua reabilitação total. Deste valor, o Estado, através da Administração Municipal do Cazenga, já pagou 44 milhões de kz ao empreiteiro, tendo-se apenas feito a vedação da escola com chapas, muitas delas já roubadas.

A escola "Angola e Cuba" no Cazenga, se encontra fechada há 10 anos, por suposto abalo sísmico que afectou as suas estruturas, em 2009, obrigou as autoridades a encerrar a instituição, que acolhia mais de seis mil alunos e 200 funcionários.

A escola conta com 25 salas de aulas e é uma das mais antigas do município do Cazenga. Foi erguida por técnicos cubanos, no quadro da cooperação entre Angola e Cuba, na década de 1970.