O ministro da Educação, Mpinda Simão, anunciou, para 2017, a admissão de mais de nove mil professores em todo o país, para colmatar o défice de quadros que o sector regista desde 2014. O processo, de acordo com o governante, apenas aguarda autorização, que será feita por despacho conjunto dos ministérios das Finanças, Trabalho e do Território.

A concretização das novas admissões, tal como garantiu o titular da educação no último final de semana, na província do Namibe, poderá dar um novo alento ao ensino, sector que carece, com acuidade, do reforço do número de efectivos.

Desde Junho do presente ano que a educação tem, ciclicamente, adiado os concursos de admissão. Os adiamentos têm deixado várias escolas encerradas por falta de quadros, de acordo com reclamações de governantes e de responsáveis do sector, um pouco por todo país. No Lubango, província da Huíla, 943 candidatos aguardam, desde o final do primeiro semestre deste ano, autorização para ingressarem no sector da Educação.

O anúncio do arranque de um concurso público, que foi adiado posteriormente, tinha sido feito, em Junho passado, pelo governador provincial, João Marcelino Tyipinge, que na ocasião deu como certa a abertura de 739 vagas para os docentes e 204 para as áreas administrativas, que, como explicou, também carecem de aumento de pessoal.

O governador revelou, na ocasião, que várias escolas da sua jurisdição foram encerradas por falta de professores. João Marcelino Tyipinge, que falava por ocasião do primeiro encontro técnico trimestral do sector da educação na Huíla, avançou mesmo com números. "Temos necessidade de três mil e 95 agentes, com particular incidência para o ensino primário.

A quota que nos foi dada é a possível para a nossa província e teremos de a gerir de forma inteligente para minimizarmos o défice de pessoal docente, por isso algumas recomenda- ções se impõem para as autoridades administrativas municipais", sublinhou o responsável pela província, recomendando maior rigor às comissões de júri na selecção dos novos quadros, por forma a garantir um ensino de excelência.

A província da Huíla, de acordo João Marcelino Tyipinge, conta, actualmente, com 19.195 docentes que leccionam em 1.826 escolas, o que correspondente a mais de seis mil salas de aulas. A aguardar para começarem a trabalhar estão os cerca de 3.264 professores admitidos em Luanda, no concurso público de 2014. Em Junho passado, o director provincial da Educação, André Soma, que diz necessitar de cerca de quatro mil docentes para cobrir o défice que se regista na capital, garantiu que os admitidos teriam começado a trabalhar no mês de Julho, facto que não aconteceu até ao presente momento.

Na ocasião, André Soma esclareceu que as vagas estavam a ser preenchidas em função da disponibilidade do governo, que "apenas" havia autorizado a admissão dos 3.264 professores que estão a ser enquadrados nesta fase. "Pensamos que, na primeira quinzena de Julho deste ano, os docentes já estarão nas salas de aulas porque estes colegas têm as turmas paradas à espera deles", afirmou o principal gestor das escolas do ensino não universitário.

Segundo André Soma, 997 dos 1.081 concorrentes admitidos no ensino primário já tinham os seus processos concluídos. "Nesta fase, ainda está a decorrer a reactualização das contas bancá- rias de mais funcionários, mas tudo está a postos para que, no mês de Julho, os professores comecem a trabalhar", assegurou o director provincial, garantindo que não haveria possibilidade de inserção no sistema de quem não tivesse concorrido em 2014.

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