Fonte da Procuradoria Geral da República confirmou ao NJOnline a libertação do filho do Ex-Presidente José Eduardo dos Santos, mas não avançou qualquer outra informação, remetendo para amanhã mais pormenores.

Zénu, como é conhecido José Filomeno dos Santos, estava detido sob a acusação de má gestão do FSDEA, que dirigiu entre 2012, ano em que foi criado com uma verba inicial de 5 mil milhões USD, e Janeiro de 2018, altura em que foi exonerado das funções pelo Presidente da República, João Lourenço.

Recorde-se que a ordem de soltura de "Zenu" ocorre pouco mais de 48 horas após a libertação de Jean-Claude Bastos de Morais mas os rumores já eram intensos em Luanda sobre a iminência dessa mesma ordem.

A libertação de Bastos de Morais foi justificada, depois de assinado um acordo de confidencialidade, que o obriga a nada revelar do que sabe, com o facto dado como suficiente da restituição ao Estado angolano de cerca de 2,5 mil milhões USD, que era a parte do FSDEA que estava sob gestão da Quantum Global, embora não tenha sido alguma vez, ao longo deste intrincado processo, admitida a possibilidade de essa verba estar em risco de ser perdida para o país.

O filho do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, estava acusado pelo Ministério Público de envolvimento num alegado crime de tentativa de burla de 500 milhões de USD e com igualmente alegada má gestão do Fundo Soberano de Angola, onde foi constituído arguido com Bastos de Morais.

Na acusação da PGR estavam indícios da prática de vários crimes como associação criminosa, recebimento de vantagem indevida, entre outros, como branqueamento de capitais.

No comunicado onde foi anunciada e justificada a detenção preventiva de Filomeno dos Santos e Bastos de Morais a PGR escrevia, então, que esta decorre da "gravidade dos factos" e para "garantir a eficácia da investigação".