Um exemplo claro da falta que fazem os professores que há dois anos aguardam pelo ingressos nas escolas, depois de terem sido escolhidos no concurso que o Ministério da Educação abriu em 2014 para suprimir as faltas na província de Luanda, é a escola 5020, no Rangel, que se viu obrigada a juntar turmas para não paralisar e a chamar à leccionar os próprios directores.

A directora da escola 5020, Carolina Coelho, explicou ao Novo Jornal que, apesar de ter poucos docentes, as aulas não estão paralisadas, apontando que a Directora Distrital da Educação assegurou que nos próximos dias a situação "estará resolvida".

"Temos três turmas da 1º e outras três da 2º classe e optamos em juntar duas turmas da 1º classe para não paralisarmos as aulas, até porque, o meu colega [subdirector] está a leccionar para minimizar o dilema", explicou a directora de escola 5020, no Rangel.

Os problemas de falta de professores no distrito do Rangel são do conhecimento das estâncias superiores do distrito, lembrou.

"Nós não somos os únicos que estamos nesta situação, são várias instituições, aliás, a directora distrital da educação já explicou o problema em vários órgãos de comunicação", esclareceu.

Entretanto, os encarregados de educação também estão preocupados com a falta de professores onde estudam os seus educandos, como explica Jorge Gaspar, que aguardava no portão à saída do seu filho quando falou com o Novo Jornal.

"A falta de professores acaba sendo prejudicial aos nossos filhos porque o professor não terá muita paciência para leccionar, por exemplo, 30 ou 40 alunos e isso é muito complicado", disse.

Apesar desta evidente falta de docentes, os mais de mil candidatos aprovados no concurso público de 2014 aguardam por integração no sistema de ensino da província de Luanda.

Isto, depois de o Governador Provincial de Luanda, Higino Carneiro, ter assegurado, durante a abertura do ano lectivo 2017, que decorreu no cine atlântico, que está em procedimento a inclusão dos candidatos.

"Está em tratamento para a inserção no ensino de mil professores que diminuirá, seguramente, as necessidades vividas no ano passado no que tange os alunos que ficaram sem aulas por falta de professores", explicou Higino Carneiro.

Passados quase um mês desde a cerimónia oficial do arranque ao ano lectivo 2017, os candidatos do concurso público continuam, como Campos Leonardo, a aguardar e contaram apenas com silêncio do ministério da Educação.

"Desde que foi aberto o ano lectivo, até agora, ainda não recebemos nenhuma informação relacionada com a nossa integração no sistema de ensino e isso deixa-nos cada vez mais preocupados porque às aulas já vão na sua terceira semana", explicou.