"Só pode fazer greve quem estiver filiado no Sindicato. Se há enfermeiros que não são do Sindicato como é que querem participar da greve? Por isso, os não filiados serão sancionados. E vão para rua", declarou o governador.

Adriano Mendes de Carvalho disse ainda que os enfermeiros têm a missão de salvar vidas, e, se querem melhoria de carreira, têm de preparar condições.

"Não é chegar e fazer greve, porque há vidas para salvar", disse.

Segundo o governante, os associados do SINTENFL têm de ter um documento a dizer que estão filiados no Sindicato e a confirmar que as cotas em dia para aderir à greve.

"Quem não estiver filiado e tiver aderido à greve, vamos considerar uma ausência normal e têm de ser despedidos. Porque os que podem justificar são os que estão inscritos, e os que não estão vamos considerar abandono e automaticamente vão para rua".

Adriano Mendes de Carvalho referiu também que não está a fazer nenhum aproveitamento da greve.

"É só vermos o que diz a lei", reforçou.

O responsável do GPL disse ainda que o Estado não é contra a greve, "mas que o governo não vai deixar morrer as pessoas por causa da greve".

"Quem não trabalha não come. E se não estão a trabalhar não podem ter direito a salário e nós estamos a controlar isso" concluiu.

O governador apelou às direcções dos hospitais e centros médicos que apliquem faltas aos enfermeiros que não estão presentes nos seus postos por causa da paralisação.

Adriano Mendes de Carvalho proferiu estas declarações aos pacientes e médicos do Hospital Municipal do Cazenga quando fazia, nesta quarta-feira, a apresentação de 50 enfermeiros das Forças Armadas Angolanas (FAA), disponibilizados para aquele município.

Já o tenente-coronel Bravo da Rosa, chefe da repartição dos serviços de saúde da região militar de Luanda, disse ao Novo Jornal Online que as FAA receberam a ordem do comando superior e que estão prontas para cumprir esta tarefa.

"Estamos preparados para qualquer incumbência, por isso é que somos Forças Armadas Angolanas, nossa tarefa é servir a pátria. Quando o Comandante-em-Chefe ordena, nós temos que cumprir a missão", disse.

Em declarações ao Novo jornal Online, o secretário-geral do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda (SINTENFL), António Afonso Kileba, disse que a medida não inibe o sindicato.

De recordar que em Julho do ano passado, a greve dos enfermeiros de Luanda foi suspensa depois de o governo ter prometido cumprir os 12 pontos do caderno reivindicativo, apresentado em 2012, onde, entre os quais, estão o pagamento de retroactivos e subsídios, ajuste salarial, promoção dos profissionais com mais de cinco anos de serviço e abertura de um concurso público interno para os técnicos, que aumentarem os seus níveis académicos nessa área.