De acordo com Artur António, irmão mais velho do paciente, a situação clínica de Madibo Francisco está muito complicada. "Neste momento ele se encontra nos Cuidados Intensivos do Josina Machel (Maria Pia). Fomos à Junta Nacional de Saúde e um dos funcionários daquele serviço deu-nos a conhecer que não será possível encaminhar o meu irmão para Portugal, devido a problemas que não lhe compete falar", conta.

Embora a família não tenha sido informada sobre os motivos da impossibilidade de uma transferência para o exterior, é do domínio público que, só em Portugal, a Junta acumulou uma dívida de mais de 10 milhões de dólares, enquanto na África do Sul esse valor ronda os 100 mil dólares.

A situação obrigou alguns doentes a regressar ao país ou a procurar formas alternativas para custear os tratamentos no estrangeiro.

No caso de Madibo, a solução até aqui encontrada passa por uma campanha de solidariedade para angariar o montante necessário para a intervenção - 15 mil dólares norte-americanos -, iniciativa lançada pelo projecto social Ubuntu, através da sua página no Facebook.

Para além de enaltecerem as qualidades de Madibo - descrito como um "jovem trabalhador da Universidade Metropolitana, também conhecida como IMETRO, recém-formado, conhecido por sua afabilidade e seu senso de companheirismo" -, os promotores da campanha destacam a urgência do seu quadro clínico.

"A doença parece evoluir rapidamente. Madibo perdeu a visão no olho esquerdo, tem tido dificuldades em falar correctamente (...) e tudo indica que o quadro vai se alterando (piorando). As várias clínicas que frequentou em Luanfda, com ajudas e doações, não estão em condições de promover a operação, que de certa forma parece oferecer um grau de complexidade que desafia as cirurgias realizadas em Luanda", lê-se na mensagem que está a ser partilhada pelo projecto Ubuntu.

Ainda segundo esta campanha, o pedido de 15 mil dólares resulta dos contactos efectuados com algumas instituições médicas em França e Espanha e na Índia.

Esta é a única esperança, garante o irmão Artur António. "Os médicos foram sinceros com a minha família. O chefe de equipa da área de cirurgia informou-nos que não há nada a fazer. A única solução que nos resta é encaminhar o Madiba para fora do país", explicou ao Novo Jornal Online.