A paralisação por parte dos trabalhadores pretende pressionar o patronato a pagar os vencimentos em atraso desde Maio.

A porta-voz dos funcionários do Centro de Hemodiálise do Hospital Municipal de Benguela, Joana Culemba, pede ao Governo que resolva com urgência o caso dos trabalhadores, sob pena de muitas pessoas perderem a vida.

"Há pacientes nos corredores que estão com dispneia (falta de ar) e precisam de hemodiálise", disse Joana Culemba ao jornal O País, acrescentando: "Creio que dentro de 24 horas poderão surgir muitas mortes".

Alcides Tomás, director clínico do Centro de Hemodiálise do Hospital Municipal de Benguela, citado pela Angop, disse que "se o problema de salário não for resolvido num prazo de 48 horas, as consequências desta paralisação serão fatais para os 220 pacientes, cuja sobrevivência depende do tratamento que recebem nestas unidades".

O responsável avisa que "sem este tratamento de remoção, por filtragem, de substâncias tóxicas do sangue, estes 220 pacientes portadores de insuficiência renal, correm o risco de perder a vida".

Apreensivo com esta situação, Alcides Tomás solicita ao Governo Provincial de Benguela que intervenha rapidamente junto do Ministério da Saúde para se reverter a situação e permitir que os pacientes voltem a receber o tratamento com normalidade.

António Cabinda, director do Gabinete Provincial de Saúde de Benguela, citado pela Angop, disse que a sua direcção está a trabalhar junto do Ministério da Saúde a fim de que o pagamento dos salários seja feito nas próximas horas, de forma faseada, para se evitar a paralisação das actividades.