A informação foi avançada aos jornalistas pelo administrador do Parque Nacional da Cangandala, Victor Paca, durante uma visita do governador de Malanje, Norberto dos Santos, ao local, na segunda-feira, admitindo, todavia, que as 266 armadilhas representam um decréscimo quando comparado com o 1º semestre de 2019.

Victor Paca adiantou ainda que uma das questões que mais preocupa a administração do Parque da Cangandala é que alguns dos caçadores furtivos que, entretanto, foram detidos, são reincidentes, o que significa que são indivíduos que fazem desta actividade modo de vida.

Uma outra situação considerada preocupante pelos responsáveis pelo parque são as queimadas criadas com a finalidade de facilitar o abate de animais, especialmente antílopes usados na alimentação regular das populações da região.

O último incêndio lavrou em cerca de 21 quilómetros quadrados no interior da reserva que se estende por cerca de 600 kms quadrados.

Para fazer frente a esta permanente ameaça à vida selvagem no interior do Parque da Cangandala, que tem estatuto de área protegida desde 1963, os responsáveis pela sua administração e vigilância afirmam ser essencial aumentar o número de fiscais e isso está prestes a ocorrer com a contratação de mais meia centena de elementos para o corpo de vigilantes, que contam com quatro aquartelamentos no interior dos 60 mil hectares deste santuário da Palanca Negra Gigante.

Uma das frentes activas de controlo das actividades ilegais no interior do parque passa por uma campanha de sensibilização das comunidades locais, explicando que os animais vivos e em estado selvagem vão proporcionar mais valias muito superiores ao seu abate para alimentação, nomeadamente através das actividades económicas ligadas ao turismo.

Citado pela Angop, Victor Paca informou que actualmente o parque mantém sob vigilância por satélite (GPS) 90 destes antílopes e que estão em curso as derradeiras obras da estância turística no interior da área protegida, um miradouro e outros equipamentos para potenciar o desenvolvimento do turismo na área, cuja recepção dos primeiros visitantes deverá acontecer em breve embora ainda sem data marcada.