"É bom que se tenha já em mente que o País não vai entrar em estado de sítio, não vamos ver homens fardados em todos os cantos nem viaturas com homens armados. Vamos ter uma operação pedagógica, em que daremos instruções e orientações, permitindo que muitos cidadãos possam recorrer às autoridades competentes para legalizar a sua actividade", declarou o comissário-geral.

Paulo Almeida salientou, no entanto, que a "Operação Resgate" será permanente, afirmando que" todos os angolanos patriotas e de boa-fé devem participar, pois estão em causa os valores que ao longo dos anos se têm vindo a perder".

"Esta operação visa resgatar os bons costumes, a ética, a disciplina. E não é uma guerra contra os pobres", referiu.

Segundo o comandante-geral, "a operação não será empírica, mas sim um catalisador de acções que vão propiciar ao cidadão um modo de vida melhor".

"A Operação Resgaste não está focada no combate única e simplesmente ao comércio informal ou ambulante. A operação quer que os actores desta actividade estejam organizados, orientados a exercê-la em locais indicados pelas administrações competentes".

Paulo de Almeida disse ainda que a "Operação Resgate" não servirá para que os efectivos envolvidos se apropriem de bens ou serviços dos cidadãos que os adquiriram para a sua sobrevivência.

"Serão responsabilizados criminal ou disciplinarmente os agentes, fiscais e inspectores que se apossarem indevidamente dos bens dos cidadãos", disse o comandante, acrescentando: "Nós queremos corrigir, emendar, resgatar a nossa qualidade, cultura e costumes. Por isso a operação vai levar o tempo que for necessário".

O comissário-geral, que afirmou que "não haverá contemplações com os criminosos", disse ainda que "esta é uma operação de todos para que as coisas funcionem, mas dentro de um quadro de ordem, legalidade, e segurança".

Esta operação surge depois da "Operação Transparência", programada para se manter, de forma faseada, até 2020, e que visa pôr fim ao garimpo ilegal de diamantes e à imigração ilegal nas províncias de Malanje, Lunda- Norte, Lunda-Sul, Bié, Moxico e Uíge, está a ser desenvolvida por efectivos da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA).