Segundo um comunicado da PGR, a intervenção policial ocorreu "quando supostamente populares protagonizavam a invasão de terrenos naquele perímetro".

Da intervenção resultaram duas vítimas mortais, uma delas grávida, e outras duas com ferimentos graves.

"Diante da gravidade e notoriedade dos factos, o Ministério Público ordenou a instauração de procedimento criminal para o esclarecimento das responsabilidades", explica a PGR, acrescentando "já constituído arguido o agente José Henriques Bartolomeu, a quem foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva".

Em declarações à agência Lusa, o presidente da SOS Habitat, André Augusto, responsabilizou o Estado pela morte das duas mulheres, referindo que a informação que tem é "um pouco diferenciada daquela que foi passada pela polícia no que concerne à invasão de terrenos".

"O que tem estado a acontecer em todos os processos, e em particular neste, é que o Governo angolano definiu a ZEE já por cima da ocupação de camponeses, quer na implementação do aeroporto Internacional [de Luanda, em obra] quer na construção de fábricas naquela zona", referiu.

Segundo André Augusto, aquela é uma zona tradicionalmente camponesa, existindo no local mangueiras e cajueiros de quase 40 anos, sendo posterior a criação da ZEE, "quando as pessoas já viviam e cultivavam naquelas terras desde o tempo colonial".