Esta decisão foi tomada num encontro realizada esta semana no Soyo, que reuniu as autoridades migratórias de ambos os lados da fronteira e que teve como objectivo criar mecanismos que permitam dar mais eficácia à circulação de pessoas entre os dois países nesta região mas dentro dos parâmetros do acordo bilateral existente para o efeito.

Citado pelo JA, o chefe de Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) no Soyo, superintendente Lourenço Cabral, explicou que o encontro que esteve por detrás da decisão de avançar para o patrulhamento conjunto desta área "foi realizado no âmbito das boas relações" entre os dois países e "porque não faz sentido realizar esta actividade ao longo da fronteira sem haver uma relação institucional".

Recorde-se que esta área fluvial, constituída por dezenas de pequeno rios e canais, é uma das áreas de fronteira entre a RDC e Angola mais utilizada para a passagem de mercadorias de contrabando, com destaque para os combustíveis traficados de Angola para a RDC, bem como para a imigração ilegal, devido à reconhecida dificuldade para controlar as centenas de canoas e pequenas embarcações que ligam as duas margens.

Isso mesmo reconhece o oficial, sublinhando que as estimativas existentes apontam para cerca de uma centena de pessoas que passam diária e ilegalmente do país vizinho para Angola, sendo este um dos problemas que mais preocupa as autoridades migratórias de Angola.

Outro dos problemas que ambas as polícias de fronteira e autoridades migratórias concordam que precisa de resolução urgente é a questão do constante regresso a Angola dos cidadãos da RDC que, por se encontrarem em situação ilegal no país, são repatriados através dos mecanismos existentes.