Estes dados foram avançados pelo comissário ao gabinete de comunicação institucional e imprensa do Ministério do Interior, e divulgado hoje (quarta-feira, 22,) na sua página na internet.

Segundo o director do pessoal e quadros da PN, em termos numéricos, em Angola, e com base na teoria do rosto visível, está calculada a média de um polícia para mais de 800 habitantes, o que significa que o agente está a ser sobrecarregado, ou seja, três vezes mais do que devia.

"Se um Polícia deve atender 250 cidadãos, segundo as Nações Unidas, entre nós atendemos mais de 800, o que quer dizer que um polícia está a atender mais 600 cidadãos do que devia. Esta desproporcionalidade tem maior ênfase na província da Huíla com o "ratio" de um polícia para 1.666 habitantes (a pior cobertura a nível nacional) ", disse José Domingos Moniz.

De acordo com o oficial comissário, as províncias da Lunda-Sul e Kwanza Sul, vêm a seguir, com um polícia para atender 1.299 e 1.264 habitantes, respectivamente.

Entretanto, Domingos Moniz realçou que as províncias que têm melhor cobertura policial a nível nacional, e que estão mais ou menos dentro das determinações internacionais, são as do Kwanza-Norte, com um polícia para 292 habitantes, Moxico com um para 581 e Namibe com um para 588.

"Este défice, em situação normal, é coberto com algumas medidas de civilidade que se prendem com questões ligadas à mobilidade e toponímia, que contribuem, quer nas manobras operacionais da Polícia como na fácil localização dos cidadãos. De qualquer forma, o mérito aqui é dos comandantes a distintos níveis que, mesmo com essas incivilidades, têm conseguido fazer o seu trabalho em tudo o que é canto desta Angola", afirmou, acrescentando que essa é a realidade ditada pelos dados estatísticos da PN.

O gestor de pessoas e quadros da PN, salientou, que a grande preocupação não é só com a província da Huíla mas com todo o País.

Recentemente, o porta-voz do Ministério do Interior, Waldemar José, disse que o ingresso de mais agentes nas fileiras da PN carece de verbas.

"É público que 93 por cento do orçamento do MININT serve apenas para salários. Não é que não haja vontade do Executivo. A verdade é que não há verbas para pagar salários a outros agentes que seriam recrutados", afirmou o agora comissário da PN.

Waldemar José realçou que nesta fase da situação de calamidade pública, parte do efectivo trabalha na orientação do cumprimento das medidas contra a covid-19, enquanto outro grupo se encarrega da sua actividade normal, que é à manutenção da ordem e segurança pública.