Esta informação foi avançada hoje, 12, ao Novo Jornal Online, pelo intendente Mateus Rodrigues, porta-voz do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação do Ministério do Interior na província de Luanda.

"Estão detidos cinco suspeitos e foram já encaminhados para o Ministério Público para responderem criminalmente", disse.

De recordar que o duplo homicídio ocorreu por volta das 2:00, de sábado, na zona da linha férrea, sector 7, no distrito urbano do Kikolo, onde António Manuel N"ginga, de 50 anos, e um dos seus filhos, de 29, morreram baleados quando um grupo de marginais invadiu a residência onde viviam.

Segundo disseram os parentes ao Novo Jornal Online, o pai foi baleado com um tiro no peito que perfurou o coração, enquanto o filho foi atingido com um disparo na região da cabeça.

Faustino João, sobrinho de António Manuel N"ginga, contou que os marginais surpreenderam a família durante a madrugada.

"Como ninguém abriu a porta, eles arrombaram, entraram e começaram a agredir o pessoal de casa, incluindo o pai", disse Faustino, acrescentando que os marginais anunciaram que estavam à procura do filho de António Manuel N"ginga.

O motivo da "caçada" continua por esclarecer, mas como o "alvo" vivia no anexo ao lado da casa invadida, depressa se apercebeu do que estava a acontecer e saiu em socorro do pai, tendo acabado por ser baleado na região da cabeça.

Ainda segundo os familiares, outro dos filhos de António Manuel N"ginga conseguiu escapar e foi pedir ajuda à esquadra policial mais próxima, na qual encontrou apenas um polícia que lhe terá informado não ter efectivos para se deslocarem ao local, tendo de regresso encontrado o seu pai e irmão mortos.

A onda de violência atormenta os moradores naquela zona. Nelito de Sousa, morador no bairro há 13 anos, disse ao Novo Jornal Online que a zona é muito violenta, apesar de ser a primeira vez que uma coisa do género acontece.

"Eu próprio já fui invadido dentro de casa no passado mês de Janeiro. Arrombaram-me as portas de casa e fizeram muitos tiros. Como tenho uma janela que dá para o quintal do vizinho, foi a minha sorte porque consegui fugir", acrescentou Nelito, que disse ter sido visado por ter defendido um vizinho que estava ser agredido.

"Há muitos grupos de delinquentes aqui neste bairro, que fazem e desfazem com conhecimento da polícia local", lamentou, explicando que em função dos assaltos resolveu pegar na família e mudar de bairro.