O banco explica que, após uma "inquirição interna", concluiu que os referidos arguidos "não são colaboradores" do Standard Bank Angola.

O NJOnline noticou na passada quinta-feira, em notícia com o título "Funcionários bancários em julgamento por apropriação de cartões multicaixa", tal como consta da acusação do Ministério Público, que Mauro Manuel, de 30 anos, e Mauro Martins, de 35 anos, ambos técnicos de operações do Standard Bank, a par de Paulo Manuel, de 29 anos, técnico de operações do BPC na província do Moxico, e mais outros seis elementos, detidos preventivamente desde Agosto último, são acusados nos crimes de furto doméstico e branqueamento de capitais.

O SBA informou o NJOnline que está a ponderar comunicar ao Ministério Público que os dois indivíduos indicados como sendo seus colaboradores, conforme determinou a inquirição interna, não o são.

Todavia, segundo o Ministério Público, o réu Paulo Manuel foi o mentor da fraude, tendo-se aproveitado da sua condição de trabalhador no BPC para engendrar o plano.

Como funcionário da agência do BPC no Luau, na província do Moxico, o arguido executava várias tarefas que lhe permitiram ter acesso às contas bancárias de clientes, nomeadamente emissão de cheques e de cartões Multicaixa.

A acusação refere que, no dia 10 de Agosto de 2018, Paulo Manuel, sem qualquer autorização, procedeu à emissão de três cartões Multicaixa, não personalizados, um pertencente à empresa Noble Group LDA, com o valor de 717 milhões de kwanzas e os outros nos montantes de 67 milhões e 7 milhões de kz, associados a dois clientes cuja identidade não foi avançada no despacho de pronúncia apresentado pelo MP.

Munido dos cartões, refere o MP, o réu Paulo Manuel informou o seu irmão Mauro Manuel, funcionário do Standard Bank, dando-lhe conta que os referidos cartões possuíam muito dinheiro, e pedindo-lhe que arranjasse alguém que ajudasse a extrair o dinheiro das respectivas contas bancárias. O cúmplice teria uma compensação financeira de 25% para entregar o dinheiro em cash ou ceder um T.P.A. para efectuar pagamentos.

Os dois irmãos, conta a acusação, deslocaram-se a Luanda e contactaram Mauro Martins, outro funcionário do Standard Bank e amigo de longa data de Paulo Manuel, tendo Mauro Manuel entregado os respectivos cartões após longo período de conversa.

Na sequência, o réu Mauro Manuel efectuou vários contactos com pessoas amigas, dentre os quais os seis có-réus acima mencionados, conforme descreve a notícia do NJOnline.