O responsável alerta para um "surto epidémico de malária", que tem como principais focos as áreas da Chakuma (Babaera), da vila do Alto Catumbela, da Missão Católica do Dunde, da Povoação da Chimboa e de alguns bairros periféricos da urbe.

Segundo Albano Weia, que falou ontem, 9, à Angop, desde 30 de Outubro foram diagnosticados 2.434 pacientes com malária no município da Ganda, na sua maioria menores de 14 anos, dos quais 13 acabaram por morrer.

Os números podem ser ainda mais alarmantes, avisa Weia, que suspeita da existência de alguns óbitos por malária fora do hospital, facto que levou à criação de pontos focais que, em coordenação com os sobas dos todos os bairros periféricos, pretendem controlar e registar estas ocorrências.

O director municipal da Saúde da Ganda explica que a elevada mortalidade se deve a uma procura tardia dos serviços hospitalares, quando já apresentam um quadro clínico bastante complicado, associado à anemia severa.

A situação, adianta o responsável, deixou os serviços de pediatria a abarrotar: neste momento estão internadas 75 crianças na pediatria do Hospital Municipal da Ganda, cuja capacidade é de 45 camas.

Albano Weia aponta que a falta de saneamento básico, combinada com a chuva está a contribuir para a proliferação do "surto epidémico da doença", mas refere que "está em curso a pulverização intra e extra domiciliar das áreas afectadas, a promoção de palestras junto das comunidades, a locais de maiores concentrações populacionais e esclarecimentos através das igrejas e programa radiofónico local, sobre as causas, consequências e prevenção da malária".

O responsável avança ainda que foram criadas equipas técnicas de saúde móveis avançadas para trabalhar junto das áreas afectadas, fazendo testagem obrigatória e prestando assistência medicamentosa anti-malárica, de modo a descongestionar o hospital municipal.