No domingo, 21 de Fevereiro, assinala-se o Dia Mundial da Língua Materna. E é a «reboque» desta efeméride - proclamada em 1999 pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) - que o decano da Faculdade de Humanidades [ex-Faculdade de Letras] da Universidade Agostinho Neto, Alexandre Chicuna, clarifica que a língua materna é "o primeiro meio de comunicação de qualquer indivíduo" e não necessariamente a língua dos progenitores, "como muitos pensam em Angola".

Aliás, explica Alexandre Chicuna, há casos em que a primeira língua falada por um indivíduo nem é a originária dos seus pais, mas, sim, a língua falada, por exemplo, na zona em que família reside no momento em que ele desenvolve a fala.

Para este académico, no caso de Angola, a "confusão" à volta do conceito de língua materna deriva do facto de haver "um certo preconceito" para com o português. "Há aqueles que têm um problema com a língua portuguesa. Entendem que ela, por não ser língua nativa, não pode ser língua materna de um angolano", reforça Alexandre Chicuna, esclarecendo que a sua posição é "baseada apenas na ciência e não noutros objectivos".

A posição de Chicuna é, praticamente, ratificada pelo linguista e professor Benjamim Fernando, que considera que os "equívocos" conceptuais surgem "porque, regra geral, a primeira língua que uma criança aprende é a língua dos pais, excepto as crianças que crescem longe dos seus pais ou crescem longe de pessoas da mesma comunidade linguística".

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